+ Sobre o Lo+Fi 2014

        Enquanto gravava e mixava o CD Lo+fi, tentava ter uma resolução melhor das músicas que fiz e acabei escrevendo esta auto-entrevista que segue abaixo e compartilho por aqui:

A+B Solo: Auto-entrevista [15-03-2014]

>>Sobre o que são suas músicas? O que eles significam pra você?

ÂBS: Basicamente sobre observação das pessoas mesmo... o que vejo na rua e onde ando. Daí também a ideia de ter uma música com o subtítulo de "Arcano Moderno". Posso dizer que as músicas são uma forma de me expressar. Há quem goste de falar, ou pintar..., eu faço canções, acho os textos bem claros e falam por si mesmos. Mas tem que ler de mente aberta sem previas interpretações, porque senão vira comparação a massificação.

>>Por que "Lo+Fi"? De onde veio esse nome?

ÂBS: Veio inicialmente por que estava ouvindo uma dupla que se chama "The Black keys", onde as músicas são feitas inteiramente por esses dois músicos... que acredito estarem dentro desse estilo que foi muito difundido nos anos 80 pelos Djs norte americanos, e tinham essa ideia de lançar suas músicas, mas não tinham dinheiro para pagar estúdios de gravação numa época que ainda estavam longe dos "home studios". Então eles abaixavam a qualidade da gravação para dar vazão a grande quantidade de material e criatividade. O Low Fidelity (Lo-Fi) é como se fosse o novo Hi-fi, como faziam as bandas de jazz dos anos 50 e 60. Usei pouco equipamento pra gravar e mixar e assim poder me encaixar nesse esquema.

>>O que é aquele som no início da música "Rádio Amador"? É código Morse?

ÂBS: Sim, isso mesmo, é uma coisa que me deixava curioso também desde criança, pois se você pegar um rádio na faixa AM e girar o botão de mudar a estação e for até o final das faixas, provavelmente vai ouvir esse mesmo som que é chamado Rádio Farol. Ah! Isso se você morar em Belo Horizonte e região, pois o código sinaliza: BHZ. Daí me faz pensar quanta mensagem tem por aí pelo ar... Essa é sobre o tempo que passa sem que a gente perceba muito. E o rádio é o meio de comunicação dos mais rápidos do mundo, é o ícone máximo da informação. A palavra falada ainda hoje tem um poder único. Essa música também é uma homenagem aos discos de rock progressivo que gosto.

>>Quantos instrumentos você tocou? E quais?

ÂBS: Ao todo seis instrumentos, violão de 6 e 12 cordas, mandolin (que é o parente gringo do bandolim), harmônica, teclado, baixo e guitarra.
Gravei também alguma coisinha de percussão, mas a parte das baterias foram gravadas pelo meu amigo e parceiro de longa data o Igor Monteiro, ah, e ele fez uma letra também da música "Mais Uma Do Tempo".

>>Pois é... Na música "Mais Uma do Tempo" o Igor e você assinaram a composição, como é essa parceria entre vocês?

ÂBS: Esse é um caso particular, pois em 1996 o Igor me deu essa letra pra eu musicar e até cheguei a fazer uma versão na época, mas num gostei muito, acho que o arranjo que fiz num tinha ficado a altura da letra que ele escreveu, e não utilizamos ela, daí quando estava juntando as músicas para o CD LO+Fi, faltava uma canção pra fechar e achei que essa letra se encaixava muito bem na nossa proposta. A+B Solo (lê-se A B Solo) e a palavra ABSoluto tem essas três letrinhas A, B, S, que são as siglas que representam o projeto e também as sigla do meu nome.

>>Do que trata a música Super Natural?

ÂBS: Essa foi uma das primeiras que comecei a fazer pra esse material, mas foi a última a ficar pronta, pois demandava mais conhecimento, e aí fui estudar um pouco sobre bruxaria, ocultismo e filosofias orientais, pra não ficar um texto superficial, pois o ser humano é especial em relação a esses assuntos e com certeza é SUPER NATURAL ser assim. Apesar das referências a música não chega a ser sobre um assunto específico, é na verdade uma profusão de coisas.

>>Por que a escolha do reggae como estilo de música para a canção "Não É O Que A Gente Imagina"?

ÂBS: Gosto do reggae, não tenho tanta ligação com o reggae a ponto de me apegar e abraçar qualquer causa que seja, mas a força rítmica é inegável e tão bonita que o som me buscou. Poderia ter escolhido os "repentes" lá do nordeste, mas o reggae chegou a mim primeiro.

>>O que é o selo D.I.Y?

ÂBS: É a sigla para: "Do It Yourself", ou seja, é o nosso "Faça Você Mesmo". Acho que nada representa melhor o LOW-FI que essa expressão e, é sempre um momento de aprendizado com as próprias necessidades e limitações. Criei esse selo como um símbolo, uma marca, nada de bandeiras.

>>E por falar em limitação... Qual seria a maior encontrada por vocês do A+B Solo?

ÂBS: A falta de empatia é um grande limitador com certeza, outra é a falta de espaços culturais sem interesse político.

>>Por que a auto-entrevista?

ÂBS: Pra evitar perguntas de quem não quer saber o que está perguntando.

Obs. Solo A+:
            Seguem as músicas e links:


A+BraçoS



Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com



"Absolutum Est Casualis" 24-10-2014



Não Afunda + - 56

           Tenho uma impressão sobre estilos ditos "passageiros", e que são sempre modismos e num sei mais (+) o que..., iiiihhh!!! Talvez seja esse o problema não sigo moda, uso o mesmo estilo de roupa a vida toda e toda vida, não me importa quem é o bam-bam-bam das paradas de sucesso, gosto mesmo é de música velha, ideias novas, gente inteligente (o que também anda fora de moda...), a questão é que quanto mais passageiro mais tempo fica, outro dia me disseram assim: "Que saudade do axé-music!" Verdade! (mas será que acabou...?! Nada disso...!) Tem coisa que todo mundo chega a apostar quanto tempo dura, ou se vai durar mais de um carnaval, mas a longevidade é uma excelência pra essas coisas que são grudentas mesmo. Haja paciência! E quando se pensa que não tem mais como piorar... eis que surge uma mistura que não pode ser pior, alguém foi lá e cavou o fundo do poço, e como se diz "cair no poço não posso".

           É tudo normal... novidade mesmo acho que não veremos tão cedo, reinventar a roda acho impossível, o que deveríamos procurar é algo que nos preencha e que pelo menos diminua a ansiedade da procura incessante, seja musicalmente, seja ideologicamente, seja harmonicamente ou até mesmo filosoficamente. A normalidade tem tomado conta de absolutamente tudo, das pequenas às grandes coisas, atrocidades transformadas em banalidades, absurdos calmos, milagres comuns, crimes de rotina, mortes monótonas e novidades triviais, "um museu de grandes novidades". CZZ
           Não gosto da ideia de esperar meus ídolos se levantarem de  seus túmulos pra falar e pensar por mim, acho que eles nem entenderiam o que anda acontecendo por aqui, posso apostar que se tivessem a chance de se participar do que existe hoje alguém diria: - Não é mais aquele! Mesmo que fosse, os feitos do passado valem como documentos históricos e lembrança de quem por apreço ou por gosto continuaram seguindo, e ouvindo, e adorando.


Obs. Solo A+:
           Mas fica aqui a minha dúvida, sempre ouço alguém falando que não tem nada novo. Como assim não tem nada novo?! Acho que estão procurando algo novo baseado em escolhas antigas, modelos antigos, existe sim um monte de "coisa" nova, gente nova, novas ideias... porém velhos conceitos e velhos pré-conceitos, assim acho que sempre ficamos na mesma de achar que não existe nada novo. 

Obs. Solo +B:
           Mas as lições estão por aí e, se prestássemos atenção no que dizem as canções talvez pararíamos de procurar um algo novo que nunca vai chegar, e nunca chegará pois ele sempre esteve entre nós.

A+BraçoS

Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com

"Absolutum Est Casualis" 10-10-2014