O Que + Pode Dar Errado, Pode Dar + Errado! - 4

            Conheço muitos músicos e visitei alguns estúdios, já fui a muitos lugares tocar e gravar e se tem uma coisa que acho que todo mundo concorda é que se tem que dar ERRADO..., fatalmente é na hora em que você está gravando (e a corda quebra/arrebenta) ou em cima do palco (o cabo falha, esquece a letra) ou durante uma participação especial ou ainda numa entrevista de TV ou rádio. Seja onde for é sempre na hora que não devia acontecer.
            Foi num dos ensaios com a banda Dick Vigarista, em 1994, quando ainda eramos um trio, sempre filmávamos os ensaios, coisa de garoto pra ficar revendo depois (nem posso falar muito que me cobram os vídeos até hoje...), bom, tinha lá uma daquelas lâmpadas de 1000 watts, pra filmar a noite, e coloquei minha única guitarra perto dessa lâmpada, sentimos um cheiro de queimado, era o calor da lâmpada fezendo algumas bolhas na pintura em baixo da guitarra, não fiquei muito feliz mas também não chegou a me atingir, os ensaios eram divertidíssimos, chegamos a ensaiar durante 12 horas, só parando pra almoçar, ninguém é de ferro né! No ano seguinte com a banda em outra e melhor estrutura, eu, minha guitarra queimada e a adição de mais 4 amigos compondo o time, fizemos uma apresentação no extinto "trailer" do James (Faroeste Burguer), todo mundo tem que começar em algum lugar, e podia ser pior..., lembro que ao meio da apresentação, iniciou uma chuva imensa e nesse momento apareceram algumas lonas a volta do local que era coberto e cercado, mas que sem essas lonas ficaria impossível seguir, não fosse o bastante a chuva e as lonas ainda teve um "fight" no fim da noite, um rapaz mal amado e alguns outros amigos.


            Houve também uma apresentação de bairro que fomos participar, junto com algumas bandas locais. Sei que estávamos ainda na segunda ou terceira música e o clima começou a fugir do controle, a plateia repleta de energia e cabeludos, queria ouvir heavy metal, enquanto tocávamos blues e músicas próprias que variavam entre comédia e drama, mas acho que naquela noite o pessoal estava mais pra "Cine Trash", tivemos que sair meio fugidos daquele "palco", que aliás nem era um palco de verdade, era a carroceria de um caminhão, pra dentro de uma Kombi que nos tirou daquela situação complicada. Mas vejam que nem falei dos equipamentos que se manifestam e se recusam a nos ajudar, é bom lembrar que isso é parte integrante da vida do músico, lidar com esses acontecimentos, todaviae passar por eles é mais difícil.
            Numa outra ocasião consegui o local da apresentação de graça pra fazer um evento que levou o nome de "Ou vai... Ou Rock!!!", porém o som que foi alugado, havia sido conseguido a um preço justo para o equipamento em questão e durante a "passagem de som" (soundcheck ou ainda montagem dos equipamentos), recebi mais uma lição que deixo aqui registrada, não perguntei ao técnico se a voltagem das tomadas do palco eram 110 volts ou 220 volts, pronto! Era 220 volts, queimou a fonte (eliminador de pilhas) da minha pedaleira. Mas como poderia tocar sem a fonte? Não poderia. Era sábado 16:00hs, e nem que eu quisesse não conseguiria comprar outra fonte, o técnico então me ofereceu a fonte do efeito de voz (reverb), que era da mesma marca e modelo da minha, bom funcionou, mas ficamos sem efeito de voz durante toda noite, mais uma aprendida a duras penas.
            Na apresentação que marcaria os 10 anos de banda, houve emoção e até umas lágrimas na plateia, foi aí que anunciei a música e comecei sozinho a introdução com um riff de guitarra, o que jamais havia sido o início daquela versão, e ainda tive sorte pois a banda conseguiu me seguir ou perseguir nesse caso, fiquei emocionado acho, estávamos a tanto tempo tocando juntos e eu estava com um sentimento de dever cumprido, e foi isso que me desconsertou.
      
Obs. Solo A+:
            Acho que nesse 'post' eu poderia ter contado mais sobre coisas que dão errado, mas os inusitados são mais marcantes e por isso coloquei estes, também poderia ter falado das falhas humanas, mas isso cria uma certa rusga, que não me convém de maneira alguma e nem é de meu agrado.
         
Obs. Solo +B:
            Houveram (e ainda existirão) alguns acontecimentos e coisas engraçadas acontecendo durantes as apresentações de bandas, mesmo quando não acontecem com a gente. Uma vez desliguei o som da apresentação de uns amigos, pisei no fio que ligava todo o equipamento de som da banda, ocorreu um "pequeno" black-out no palco, foi mal! No próximo post conto mais coisas do gênero COMÉDIA.

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"Absolutum Est Casualis" 30-11-2012

Mudanças e + Mudanças: Do Analógico ao digital e + - 3

           Nesse post achei legal falar de equipamento, de estúdio e algumas das coisas que se aprende quando a gente resolve se meter com música. Até mesmo pra quem gosta do assunto também e poder aprofundar um pouco, prometo que será só um pouco...

           No final do ano de 1998 já estávamos em plena era do computador pessoal, Windows 98 e tudo. Eu que nessa fase já estava de guitarra nova (uma Jackson PS-4 vinho com micro afinação) e pedaleira de efeitos Digitech RP-10, que posso dizer que era o que existia de melhor naqueles anos. A música entrava no digital e os músicos em delírio hi-tech. Foi também por ai que adquiri um computador com uma placa de som Soundblaster Vibra128 e num processador Pentium II com um HD de 20GB, era uma boa máquina (pra quem não tinha nada!), então comecei minhas primeiras experiências com áudio, gravando editando e principalmente conhecendo e experimentando, sofri um pouco com guitarras rachadas, violões sem brilho e vocais que não se encaixavam.
Fiz o que hoje eu chamaria de pré-master da tal gravação ao vivo da minha banda (2º CD contendo 12 faixas que recebeu o nome de 'Ao Vivo No Aquário'), usando o Sonicfoundry Soundforge ver.4.5, e já posso dizer que é bem antigo isso.
           Conheci a maioria dos softwares dedicados a música em revistas especializadas, daquelas de banca de revistas que vinham com um CD com alguns freewares, demos e programas bonitinhos e inúteis. Eu que já havia feito um tanto de gravações caseiras em fitas K-7, inicialmente num gravador da marca National que depois virou Panasonic, registrava naquele gravador minhas idéias das primeiras músicas, depois meu irmão comprou um aparelho de som com dois "decks", e eu conseguia editar o que eu captava de forma que eu podia gravar e tocar em cima de algo pré gravado e assim dava pra fazer os "overdubs" (que nada mais é que sobreposição de sons). Cheguei junto com meus amigos de banda a gravar versões de músicas somente o instrumental e levava pra casa e gravava as vozes no banheiro lá de casa (aproveitando o "reverb"). Minha mãe (claro!) me achava um doido e ainda acha um pouco.
           Já no ano de 2000 após muitos estudos e testes e gravações depois, pintou uma oportunidade de trabalhar em um estúdio de um amigo (Christian), onde tive contato com vários estilos como música gospel, heavy metal, sertanejo, forró e pop/rock, MPB e outros trabalhos: vinhetas, jingles comerciais e afins.
          Passei a dedicar um tempo a esse novo aprendizado, lendo revistas com publicações voltadas aos músicos e aos produtores (Guitar Player, Áudio Música & Tecnologia e outras), a internet já ajudava muito nessa fase eu conseguia ler e conhecer mais coisas e com mais velocidade, acho que foi assim que conheci e fiquei sabendo da maioria das parafernálias existentes dentro de um home estúdio, termo que surgiu por aqui com maior força em tempos de globalização, mas eu ainda não havia conseguido comprar muita coisa, lembro que a primeira coisa que comprei foi uma mesa de som melhor, eu que vinha de uma mesa analógica Stanner, comprei uma mesa de som Behringer 1204, que ainda uso por ser muito compacta e  ter boa qualidade de reprodução e opções de "output" (Alt, XLR e P10), os primeiros microfones foram o B-2 Pro e um SM-57 que comprei usado.
           Foi no ano de 2002 que junto com a banda Dick Vigarista gravamos e produzimos o que seria o 3º CD (Dickara Com O Tempo), foram gravadas 7 faixas inéditas com direito a um arranjo de metais em duas músicas em sessões de gravação em horários "corujão", terminando as 3:00 da manhã, porém este CD acabou engavetado por nós mesmos pelo fim da banda dois anos depois e que ainda merece ser lançado. Foi nesse mesmo ano que montei a banda EscaliBlues (www.escaliblues.com.br) com o Janse e o Igor, a intenção inicial era ter um repertório de blues e rock dos artistas de maior expressão nesses estilos, mais tarde o trio virou quarteto com a integração do amigo e pianista Gustavo do Carmo com o qual gravamos o 1º CD (EscaliBlues 2008), dessas gravações também falarei em posts futuros.

Obs. Solo A+:
           Alguns dos primeiros equipamentos que tive, ou me desfiz, ou caíram em desuso, muita coisa digital evoluiu e muitas coisas analógicas ficaram mais fáceis de se conseguir, mas ainda é muito complicado encontrar qualquer coisa que tenha uso mais específico, e ainda o fato das mudanças de parâmetro de comparação sonora e estética, a busca por sons analógicos hoje me faz ver músicos reformando velhos amplificadores tipo os "Tremendão" e usando pedais e amplificadores handmade e guitarras de Luthiers dos mais variados.

Obs. Solo +B:
           Corri um pouco nesse post pra não entrar em muitos detalhes, durante o próximos irei interligando os fatos e colocando mais acontecimentos dos anos, achei importante inicialmente das uma noção de cronologia pra quem está acompanhado.

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"Absolutum Est Casualis" 23-11-2012

Ainda + Coisas do Começo (Somando A+B+...) - 2


Em 1994 entrei em um estúdio de gravação pela primeira vez, nessa época eu já havia estudado violão com um professor próximo a minha casa, o Cosme, onde a música brasileira e popular eram o foco, e logo depois com o Fabiano que me ensinou a "tirar " música de ouvido.

            Nessa época estava montada a banda de Pop e Rock Nacional de nome "Dick Vigarista", motivo pelo qual fomos ao estúdio gravar uma música para a participação em um festival da então rádio 107 FM. Daquele momento em diante tentei de todas as formas ao meu alcance me concentrar nos sons e nas músicas de forma mais técnica, afim de alcançar o melhor som com pouco equipamento e/ou em condições adversas, pois os nossos recursos eram limitados (aliás limitadíssimos), o dono do estúdio até nos emprestou o um amplificador para gravação das guitarras, buscando conseguir um som cada vez mais profissional usamos os recursos disponíveis, porém entraríamos em estúdios de gravação outras vezes ainda em épocas de gravações analógicas, os famosos "rolos", as tais fitas magnéticas,  onde os estúdios de médio porte em Belo Horizonte pelo menos, tinham até 8 canais para se gravar o som dos instrumentos separadamente. Foi então que ocorreu nossa segunda ida ao estúdio (Fábrica de Música se não me engano - em algum post adiante faço questão de falar dessas horas dentro desses estúdios) algum tempo depois. Gravamos nessa sessão de gravação algumas demos de músicas próprias da então banda Dick Vigarista (DKV) e uma versão de um cantor da tropicália.
            Em 1998 já na era digital gravamos uma demo de algumas músicas próprias e de minha autoria, misturadas às músicas de artistas brasileiros que nos influenciavam. Para tal contratamos os serviços de um estúdio que tinha a proposta de fazer gravações ao vivo captando todos os membros da banda ao mesmo tempo com a possibilidade de adicionar sons pós-gravados (overdubs - que tive que procurar saber o que era) isso foi no estúdio Aquário Project Studio.
            Tendo estudado guitarra com o guitarrista Márcio Costa (de 1995 a 1997) na ainda afamada "Galeria Praça Sete" ou como é conhecida e re-conhecida nos dias atuais "Galeria do Rock". Tive acesso a diversos estilos musicais que por ali circulavam, Rock, Instrumental, Blues, Progressivo e muito Heavy Metal. \m/

Obs. Solo A+:
            Lembro que no primeiro estúdio de gravação que fui (Estúdio Gênesis - Rui Montenegro) tinha um Marshall 100 watts Valvestate que gravei com ele usando o canal de distorção e o limpo porque eu usava uma pedaleira (Aria Pro II - APE-4), que havia sido comprada em conjunto com alguns dos membros da banda da qual eu fazia parte, e que tinha muito ruído que num sei se vinha da fonte de alimentação, dela mesma ou da rede elétrica, o Caló usava apenas um amplificador multiuso da Gianini uma guitarra Golden que era de um modelo tipo Paul Stanley (Kiss) e um pedal Boss Turbo Overdrive OD-2. Nos ensaios na casa do Igor ou do Adriano eu usava um amplificador (Sonorous, de estudo para contrabaixo) que me foi dado de presente pelo meu irmão em algum dos meus aniversários, e eu tinha uma guitarra Dolphin Mirage que ganhei do meu pai e que na época era uma marca tão boa quanto as Gianini anos 80 nas suas devidas proporções, claro. Lembro que o gravador de "rolo" que tinha no estúdio era um Tascam que num lembro bem mas talvez 8 canais, porque lembro que tinha que gravar a bateria e depois "reduzir" pra dois canais pra caber o resto da banda na fita.

Obs. Solo +B:
            Nessa primeira sessão de gravação que participei, gravamos uma música do meu amigo Adriano Borçari, pra banda participar do tal festival da rádio 107 FM. Então tínhamos pra gravar bateria (Igor), baixo (Janse), duas guitarras (Ângelo e Caló), harmônica (Agnaldo), violão (Adriano), e duas vozes sendo uma feminina (Fernanda) e uma masculina (Adriano).

Obs. Solo A+B:
            Nos posts que virão vou acrescentado partes da minha trajetória/história até conseguir chegar aos dias de hoje.

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"Absolutum Est Casualis" 16-11-2012

Somando A+B+ O Que Mesmo?! Ah! Histórias - 1

Bom, resolvi que esse blog não seria apenas parte da divulgação do projeto A+B Solo (www.absolo.com.br) que muito, muito me interessa. Mas gostaria de escrever algumas coisas que penso, e se penso logo existo.... Então, escreverei da mesma maneira que penso sem pretensão; e sem pretensão de parecer pretensioso, de ter o português mais correto ou de ter a obrigação diária ou periódica de me expressar, mas é sempre importante saber se as pessoas estão lendo e participando, por isso gostaria que postassem aqui ou por e-mail (absoloduo@gmail.com) comentários sobre meus comentários, estarei sempre falando do que mais me atraia e que é então minha paixão 'A Música'.
 
Então começarei falando de.... MÚSICA, claro!

Assunto tão vasto pra mim como deveria ser, mas gostaria de contar um pouco como cheguei até os dias atuais:

"A primeira vez que escrevi algo pensando que viraria uma música, foi logo no início do meu aprendizado do violão o ano era 1992 (influenciado por tudo que eu ouvia de tabela em casa e na escola. "...as melhores coisas se aprendem na escola e não na sala de aula..."), nessa época eu tocava muito bem três acordes (dó, sol e ré) e inventei uma letra/texto usando esses acordes, música esta que não constará no CD que estou preparando, mas bem que poderia.....!!! Bom, daí! Em 1994 quando montei na verdade a segunda banda (Dick Vigarista) em que toquei, banda essa que teve duração de 10 anos bem vivídos e que contarei algumas estórias que começo no próximo post, sobre as primeiras músicas que fiz continuei numa direção sempre autobiográfico e sempre por inspiração, porém, algumas coisas que eu criava não cabiam dentro do estilo ao qual escolhemos pra tocar (rock brasileiro, blues e pop), o que fiz!!?? Guardei essas músicas pensando num futuro, pois acreditei naquelas músicas até hoje, anos mais tarde (bom, muitos anos depois) resolvi junto com meus amigos Janse e Igor montar a banda de blues EscaliBlues (www.escaliblues.com.br) que também agregou muito à minha história e que nos próximos posts também terá espaço por aqui. 
    O projeto veio anos mais tarde (mais ou menos 15 anos pra falar a verdade), ideia essa que deu início após eu encontrar um ponto em comum nas músicas que fiz e guardei durante os períodos onde elas não "funcionavam" dentro das bandas que toquei, e que seria a MPM (Música Popular Mineira) e a MPB.
Vasculhando meus guardados encontrei diversas dessas músicas e algumas que inventei depois e/ou no decorrer dessa empreitada, o que venho a mostrar nessas músicas são estórias de vida... minha vida! Antes mesmo de conseguir ter uma lista do que começaria a gravar, convidei diversos de meus amigos/músicos, ah! 

A esses amigos ficarei devendo a colaboração, pois, com alguns tenho parcerias de anos e anos, e que toparam o projeto imediatamente.


Obs. Solo A+:
Espero continuar perseverante nas gravações do CD que começo a gravar ainda no fim desse ano de 2012 e com o blog que pra mim ainda é uma coisa nova, não na leitura, pois me perco lendo blogs de assuntos que me atraem por motivos diversos.

Obs. Solo +B:
Vou postar aqui no blog também algumas fotos e imagens que fizeram parte da minha trajetória musical, pra contar e relembrar e reavivar a memória de quem viu; e de quem passa a me conhecer, e ler, e ouvir, e gostar ou não gostar....

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"Absolutum Est Casualis" 08-11-2012