+1 - 50


         Então chegamos ao 50, e por aqui me expressei sobre diversos temas entrelaçados a música, nunca segreguei nenhum estilo, escolhi não atacar os menos favorecidos, nem musicalmente, nem culturalmente; mesmo os que vem a mim com cara de que nada entendem, não falei por aqui de política pois a mim interessa somente o que vejo, e ouço, e me agrada sobre a verdadeira música moderna que se fez e pouco se faz atualmente, até porque política e música não andam juntos no meu cardápio, acho perigoso escolher o que ouvir pensando em caso partidário, também nunca desmereci qualquer que fosse o gosto por ruído se é isso que é a nova sonoridade que muitos cultuam e aos montes... com desprazer emudeço diante de tanto mal gosto e desrespeito aos que fizeram realmente algo pela arte por aqui, aos que se calam, fingem não entender nada, e nada se prestam no quesito diálogo favorável ou desfavorável, somente o tempo pra tirar da escuridão e ignorância, que cegam e ensurdecem, mas que ainda reconhecem as palavras grafadas aqui.

        De maneira nenhuma estou procurando modos de me indignar, até porque andar por aí já seria o modo fácil e rápido de atingir esse objetivo, falo de coisas que vão durar até depois que deixarmos de existir, feitas pra durar mais de um fevereiro, nem sou possuidor das verdades e caminhos a seguir, mesmo porque, em qualquer via que se escolha seguir topamos com pedras, algumas nos acertam a cara outras tropeçamos e as vezes caímos mesmo, "Não vou falar por falar..." é apenas um apelo de quem ainda acredita no humano + humanizado, na carga que cada um encontrará pela trajetória, digo que ainda "nem tudo foi dito, escrito e arrependido", também seria vazio por demais atirar a primeira hóstia e se desculpar em seguida. Já ouvimos essa história, sabemos o final e que acaba virando um filme romantizado pra quem teve preguiça em perder tempo, lendo e degustando cada linha, e buscando uma interpretação no mínimo única, (afinal de contas temos pressa, "...é pra ontem...!", e somos mesmo muito ocupados...), sem afetações externas, por que é o que se espera; pelo menos cada um com seus botões. Ali sim, há de existir alguma sinceridade. Momento cada vez mais ímpar, e nem tão saudáveis assim, inflamar e arder sozinho, atear fogo em si mesmo alegando ser combustão espontânea, quisera não entender o dito popular "Deus não dá asas a cobra"! Fazer de tudo em nome de algum motivo externo, em nome de deus, em nome do chefe, em nome da música, em nome do amor, em nome de QUEM? A quem podemos julgar/culpar (I'm judge, I'm jury and I'm executioner too"). 
         Quem é mais importante? A criatura que nos tornamos, ou os nossos criadores a quem tanto queremos agradar... Vacilo em pensar que sempre e em qualquer que seja a época, respostas de todos os tipos e vertentes chegarão. Soluções práticas de quem não vê mais problemas, ou porque se tornaram mais elevados, e não podem ver as reais turbulências rotineiras, e simplesmente ignoram tais acontecimentos, no meandro dos temperos e temperamentos, mas se for cair de cabeça na em classe média, de caráter simples e mediano, tentar alcançar patamares dignos de cuidado com as alturas, cometemos o pecado de sermos anti-classe e impacientes, sentar no banco do passageiro e falar do tempo e filosofar, ainda da muito assunto; sem intenção, nem consciência do fruto de tais prosas versadas ou versos prosados, narrativas e demonstrativas, chegamos a que? O vento ainda sopra, as buzinas continuam tocando, o humilde se torna invisível, o culto ao luxo que transforma tudo em lixo, o toque de midas às avessas, lindas luzes à distância, labaredas que tomavam conta de tudo, e nessa hora quem não tem nada perde tudo... analogias baratas e jogadas as traças, perdidas em submundos digitais e em cenas menos interessantes, pouca luz e fatos obscuros.
         Tampouco quero discorrer e descrever infinitamente sobre o que quer que seja, como um faquir que durante o "show" e na tentativa de dar qualquer tipo de solução, perde os punhos; até por desacreditar que exista tal remédio. Assumo a "mea culpa" e deixo pra quem tem a calma, a paciência, o apoio e principalmente a estrutura física e psicológica pra enfrentar as desavenças mundanas e sem juízo. 
         É isso, pra que tanta filosofia se o que ainda vale são velhos valores modernos ($$!?), "quando o bruto fala o resto se cala", como enfrentar a ignorância armada...? Fazer o que contra a força bruta, que em nenhum momento se oculta, a beleza que nada põe na mesa, mas que ainda dita costumes e regras, apenas os belos.

"O problema com o mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, enquanto os estúpidos estão cheios de certezas." C.B.

Obs. Solo A+:
         Agradeço imensamente a TODOS que leram o blog, e aos que ainda se interessarão pelos textos aqui registrados, obrigado! 

         Chegamos ao número 7.110 de acessos aos textos durante o tempo de 11 meses e 9 dias iniciados em 8 de novembro de 2012, fico lisonjeado pelos comentários e acessos, nunca imaginei que tanta gente se interessaria.

        Farei uma pausa com os textos e inicio uma nova empreitada mais aberta e musical, direcionada aos que ainda notam valor em músicas com o que dizer.

Obs. Solo +B:
         Postarei por aqui videos mensais com versões de músicas que construíram em mim, uma ainda infindável paixão diletante por sons e ritmos.


COMO NASCEU "PARA LENNON E MCCARTNEY"

Uma pequena história pra ilustrar como foi criada a música de Lô Borges, Márcio Borges e Fernando Brant:

     Na saleta de piano, Lô Borges convocou a mim (Márcio Borges) e ao Fernando Brant para ouvirmos um tema que acabara de compor ali na hora, no meio daquela confusão de irmãos, amigos e cervejada.

Todos os que estavam por perto na hora se acercaram do piano, para ouvir o tema de Lô. Então, depois de executá-lo por diversas vezes, a ponto de todos estarmos cantarolando os "lá-Iá-Iás" em uníssono com ele, sem erros, Lô parou de tocar e nos propôs:

-Então? Vocês dois não querem meter uma letra nisso não?

-Só se for agora - respondeu Fernando.

-Qual é o tema que você pensou pra ela? - perguntei.

-Na verdade, eu (Márcio Borges) estava pensando na parceria do John e do Paul... nas parcerias, né. A gente aqui, também fazendo as nossas ... e eles nunca vão saber. Mas pode ser outra coisa qualquer que vocês sentirem - Lô se apressou em dizer.

-Por mim esse tema está ótimo - disse Fernando.

-Eu faço a primeira parte e você faz a segunda - combinei com ele. 

Providenciei canetas e papel e nos trancafiamos no quarto de meus pais. Eu não queria perder a festa, nem Fernando. Em menos de meia hora, portanto, estávamos de volta à saleta do piano, bem a tempo de pegar a saída da macarronada de Leise. Já havia até alguns de prato na mão, ao redor do piano, quando Lõ cantou pela primeira vez os rabiscos que colocamos diante dele, na estante do piano. Na minha parte estava escrito:

Porque vocês não sabem do lixo ocidental
Não precisam mais temer
Não precisam da timidez
Todo dia é dia de viver

Porque você não verá  meu lado ocidental
Não precisa medo não
Não precisa da solidão
Todo dia é dia de viver ...

Na parte de Fernando estava escrito:

Eu sou da América do Sul
Eu sei vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais.

Quanto ao nome, ficou sendo o que Lô sugeriu: 
"Para Lennon e McCartney".

A história em quadrinhos:

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 18-10-2013


Algumas Palavras A+ - 49


       Os posts que não escrevi... Posso dizer que tanto há pra se dizer, e ainda deixei de escrever sobre tantos temas. Se me perguntam qual a fórmula pra escrever, fico na dúvida se a intenção seja somente escrever, acho que querer dizer algo e  mais importante, é transmitir uma ideia; mas posso dar algumas dicas, ter algo (alguém) como oráculo e outra conhecer os assuntos e acima de tudo paixão pelo que faz (ah! Um dicionário de sinônimos ajuda bem.), não uma paixão desvairada e cega, às avessas, infantilizada pela falta de senso, nem aquela que a muito se confundiu com apelação, afronta, vanglória ou, o oposto de humildade que seja.

      Da mesma maneira que existem músicas sobre absolutamente tudo nessa vida, coloquei aqui meus pontos de vista sobre os variados assuntos também. Evitei muitas vezes dar opiniões sobre possíveis temas que pouco interessam aos que aqui leem, mas me indignei algumas vezes por assim me sentir, em relação a cultura e ao descaso que vejo, e se parece branda minha insatisfação é porque filtrei a porção pessoal e mantive o foco e o propósito.
       Não cometi o engano de misturar arte e política, que é o que vejo muito por aí, tão pouco "tudo foi dito, escrito e arrependido", nem falei por falar, apenas sigo a ideia de que é importante continuar fazendo música, escrever, pensar e de me expressar como sinto e ouço, pois "alguém algum dia vai saber pra que serve isso, se é que serve... pra mim basta fazer".
       Tanto por dizer e tanto já dito, algumas vezes me vi sem os melhores temas para discorrer, argumentos que ainda tenho dúvidas de qual seria a melhor maneira de explicar, pontos de vista que fascinam, mas que também confundem, na intenção de ficar neutro me desfiz de amarras e nós que o tempo tratou de fazer, mas também não me tornei apático, isso vai contra toda a primícia do blog e então dos textos por aqui deixados.
       Levo o aprendizado de quem escreve em momentos de paz, em horários em que a inspiração bate e às vezes é madrugada, levanto, escrevo e registro mais uma percepção do que pode ser o título ou apenas uma reflexão. Fiz anotações de todo tipo, pesquisei, desenvolvi o hábito de escrever (periodicamente e frequentemente) e ver a vida pelas lentes críticas de quem adora e respeita os textos, ideias e principalmente arte... Venha de onde vier, seja como for e de preferência com obstinação. Há muito mais do que harmonia, melodia e ritmo na música, é preciso paixão e o algo mais (+).


Obs. Solo A+:
       O carro chefe do blog desde o início é mesmo a MÚSICA, sem essa eu com certeza não seria o cara que me tornei. A divina arte das musas sempre me tirou de enrascadas e lástimas indivisíveis. Música que diversas vezes me deu uma perspectiva diferente de como enxergar o que passava diante dos meus olhos e o que meu cérebro apurava de toda informação absorvida; novo modo de vida. Particularmente percebo o mundo através e somado (+) a música. Sim, existem pessoas que conseguem viver assim. Mas também contei um pouco da trajetória que me trouxe até aqui, blues + pop + rock + MPB + experiência + criatividade + emoção + amizade (amigos) + referências...

Obs. Solo +B:
     Pensei em escrever sobre minhas referências, achei desnecessário já que todas elas estão espalhadas por aqui no blog; quis escrever sobre coisas engraçadas de outros músicos que presenciei nestes anos de música em minha vida, daí precisaria de permissão dos envolvidos ou então teria que fazer de uma forma a mudar os personagens mantendo a estória o que daria um trabalho medonho e acabaria se tornando um texto troncho e sem sentido.

A+BraçoS e mais uma dose semanal de música escrita!!!

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"Absolutum Est Casualis" 11-10-2013

Sem + Cerimônias!! - 48


         As diferenças estão por aí e se sentam ao nosso lados nos ônibus e caminham lado a lado pelas ruas, emparedados pelos fones de ouvidos; já tive o prazer e desprazer de ouvir o que passa pelos fones da moçada, nesse caso pelo menos estavam de fones, em muitos dos casos é quase uma clausura, reclusos de um estilo de uma maneira de pensar, de comportamento ditatorial, globalizado e estigmatizado, falsa liberdade de escolha e  seus parâmetros de regulagens que já emperraram há tempos, muito pela poeira sobre os controles e engrenagens que deveriam ser azeitados, mas que ao invés disso enferrujam como a maresia mais (+) salgada que doce, que também é chamada de cultura moderna ou de massa.

"Quem me dera, ao menos uma vez, esquecer que acreditei que era por brincadeira" R.R.

         A diferença é tênue e pequena entre uma boa performance e uma péssima, alguns dos motivos como falta de ensaio, falta de tempo pra ensaiar, falta de amadurecimento (mesmo que de ideias), falta de noção, falta de compromisso... a falta de algo que deveria estar mas, não compareceu e não comparece desde o nascimento, questão que desafia a máxima "Nem todo mundo pode se tornar um grande artista, mas um grande artista pode vir de qualquer lugar" A.E.
         Hoje em dia falta quem nos faça absorver melhor e criar a atmosfera dentro dos eventos, o que impõe o clima e anima, prepara o campo para a atração principal, dá introdução ao por vir. Tal função existe e é conhecida como Mestre de Cerimônias ou MC, de certa forma é o "clown" da festa, sem confundir com o palhaço (medo de algumas crianças, alegria de outras) que pra falar a verdade é o que bagunça, fracassa, perde a vez, comove e faz rir, em resumo é o perdedor alegre. De origens distintas, Clown e Palhaço se misturam na linguagem do palco e também da vida.
         Há quem cante, há quem pinte, há quem construa e também destrua, pontos de vista de quem atua no feito, claro que cada um serve a um determinado propósito, mas quem dita as regras e os propósitos?

"Pessoas a minha volta
Escravos da mesmice
O cheiro da derrota
Gestos estudados
E o tão pouco parece muito

Caminham em bandos guiados
Pelo acorde monocórdico
De uma lei que está oculta
Mas todos obedecem" F.M.

         Reconhecer de onde vem e pra onde vai é importante para uma caminhada, percebo que nesse momento exclusivamente estamos sem rumo, temos rédeas e comandos demais pra conseguir escolher um só, talvez o mais importante seja começar pelo mais simples, identificar o que NÃO quer... "Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem".

Obs. Solo A+:
         Sério e Sincero também são dois personagens muito conhecidos, que de alguma maneira se encontram em certos momentos. Me dedico a arte com a maior seriedade, pra não ter a tristeza de ser marginalizado por quem diminui e de alguma maneira rouba a glória de quem se esforça com sinceridade e principalmente com paixão, aquela mesma paixão amadora, diletante e pretensiosa, trazida como estilo de vida de poucos que ainda acreditam em deixar sua pequena marca nas páginas do que quer que importe, vida, arte, história, biografia, tempo...

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela VELHA opinião formada sobre tudo" R.S.

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 04-10-2013

Mudar + ... Mudar Pra Melhor... - 47


         Quantas ideias mudaram o mundo? Quanta filosofia (amor a sabedoria) mudou o que conhecemos, conceitos, músicas e mensagens de finalidade verdadeiras, com conteúdo. Feitas principalmente à partir dos anos 50, claro que inicialmente as composições tinham um tom de clamor ou lamento, até por influência do blues, porém passada essa fase onde "reclamar" podia ser mal visto, as convicções nos textos/letras das canções passaram a ter a função abre-olhos e de dar uma direção aos que pouco enxergam ou que mal e porcamente queriam ver, vendo somente o conveniente. Mas estão por aí os textos, os cegos, os que ainda querem mudar o mundo ou quem sabe somente melhorar, talvez fazer alguns ajustes pensados numa convivência mais leal e humana, contrário a quem diz querer ajudar mas que no fundo o objetivo é extrair o máximo... dos outros, o melhor... dos outros e usufruir em benefício de causas menores.

         E qual seria a causa mais importante? Se pensarmos coletivamente é fácil encontrar alguns itens campeões numa imensa lista de afazeres. Perigoso seria misturar algumas questões pessoais aos problemas alheios a nossa atmosfera e fazer disso cavalos de guerra ou de Troia. Fórmulas antigas talvez sejam boas como referência, mas acredito que as mudanças de agora ou as futuras terão seus próprios padrões e parâmetros. 
         Pode ser o problema do lixo, o trânsito, o vizinho, a falta de cidadania que se mistura a falta de educação e civismo, acontece que mesmo quem faz música de protesto às vezes não aguenta tanta reclamação. E Quem aguenta? Toda reclamação requer pelo menos uma boa explicação, mas acontece que a cena em que um cego guia outro, não me parece muito segura e beira a tragédia, pouco podem se ajudar, num mundo onde somos crivados de informações das mais diversas e infundadas fontes...
"Mas agora eu também resolvi dar uma queixadinha, porque eu sou um rapaz latino-americano, que também sabe se lamentar" R.S.
         Nos idos anos 80 muito se falou pouco se entendeu, da Geração Coca-cola ao Bêbado e o Equilibrista, do The Times Are A-Changin’ ao Killing In The Name, não posso fingir que vejo as tais almejadas e bem elaboradas mudanças propostas nos textos que passam anos a fio, como nos dicionários que hoje se empoeiram nas prateleiras, porque ninguém precisa mais saber o que tem dentro deles, ou nas mensagens de canções que sangram em canções "É" de Gonzaguinha, que valem só pela reflexão proposta pelo artista.
         Há também os que vão fundo e se expõe (e até onde isso é relevante), mas que nem sempre atingem o ponto mas dão o que pensar, isso já deixa uma marca nos anos que acumulam as boas intenções e más práticas mundo afora. Péssima ideia é misturar protesto com atos impensados de rebeldes desorganizados, que bradam hinos defendendo bandeiras que eles mal conhecem sua história e confecção, que generalizam qualquer tipo de injustiça encontrada pelo caminho. "Toda pedra no caminho, você pode retirar" R.C/E.C


Obs. Solo A+:
         Aproveito pra colocar uma pequena lista de músicas que tenho certeza que foram feitas e pensadas com atitude e por alguma causa útil: "É / O que é, o que é?" (Gonzaguinha); Bêbado e o Equilibrista (João Bosco); Woman Is The Nigger Of The World (John Lennon); Eu também Vou Reclamar (Raul Seixas); Get Up, Stand Up (Bob Marley); The Times Are A-Changin’ (Bob Dylan); Até Quando Esperar (Plebe Rude); Killing In The Name (Rage Against The Machine); Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil); Ouça O Que Eu Digo, Não Ouça Ninguém (Humberto Gessinger); Tempos Modernos (Lulu Santos);Brasil (Cazuza); Inútil (Ultraje a Rigor); Geração Coca-cola (Renato Russo); Against Th' Law (Woody Guthrie).


A+BraçoS e causas a todos!

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"Absolutum Est Casualis" 27-09-2013

Música Digital + A Criatividade Eletrônica - 46


       Já escrevi por aqui sobre algumas das questões analógicas/digitais, dessa vez não falarei de música estritamente digital ou analógica, mas da criatividade do uso das ferramentas de criação, claro que alguns estilos modernos, dançados e cantados por aí, são uma junção de apertar botões e camadas de sons sobre sons, fazendo desse um caminho para existência desse novo; porém em muitos casos não é vazio o quesito inovação, pois trazem pra dentro da canção a novidade, máquinas e ferramentas que recriam oportunidades sonoras para a existência de sons até então impossíveis de alcançar com equipamentos mais antigos. Seja no processo de criação e construção de um novo trabalho, técnicas baseadas em conhecimento, seja dos métodos utilizados para facilitar e dar soluções práticas e rápidas.

         Novas tecnologias criam novos hábitos e na música não haveria de ser diferente, contemplados com a era que se torna mais (+) digital a cada dia, os músicos tem usado e abusado para fundir frequências que só eram possíveis virtualmente ou em laboratórios e salas acusticamente tratadas. Sintetizadores, gravadores digitais, softwares e computadores tudo isso envolvido na criação de canções, o que pode se chamar de música eletrônica, que por incrível que pareça, não seguem uma estética ou moda, mas que são fruto de todas essas vivências populares de comportamento e tradição incorporados à tecnologia, essa sim, quanto mais atual melhor, importante lembrar que a tradição a que me refiro é o conjunto de práticas que tudo tem haver com elementos transmitidos culturalmente.
         Os temas utilizados nas letras/textos das composições variam dentro do que é urbano, tecnológico e por vezes são poesias que dizem muito mais do que o trivial. Não longe daqui, há algumas décadas atrás, a new age já se utilizava dessa matéria prima pra criar sucessos tocados até hoje, força das mensagens por trás de tão poucos sons orgânicos. Essa fusão foi e ainda é, a tentativa de se criar novos estilos, somados a instrumentos eletrônicos e originalidade, inventam assim um novo mundo, gosto e identificação é outra conversa.

Obs. Solo A+:
         Com toda essa parafernália e seus botões, o conceito de Hi-Fi se perde..., o som captado é alterado, distorcido e manipulado ao extremo, na intenção de se alcançar frequências não "naturais", tudo é transformado em informações binárias (novamente os tais 0000 e 1111, zeros e uns). Fotos digitais, sons digitais... daí sempre me ocorre pensar: Onde estão as digitais? O modo individual de cada um de fazer e criar. Manipulados, distorcidos, alterados e pouco captados. O caminho talvez seja o low-fi, tentativa de usar a vertente do "faça você mesmo", agregada a vontade de continuar fazendo e recriando, sem diminuir ou anular a criatividade humana.

Obs. Solo +B:
         Citar alguns dos muitos nomes que me ocorrem ao pensar nesse tema é arriscado, corro o risco de deixar alguém importante de fora, mas historicamente posso dizer alguns bons representantes chavões como Kraftwerk pela criação de sonoridades inexistentes até o seu aparecimento, New Order pelo pioneirismoZique Zique Sputnik pela fusão rítmica proposta, Jamiroquai pelo resgate, rebuscando timbres a muito esquecidos.

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 20-09-2013

Música + Festa + Cultura - 45


          Não posso me considerar uma pessoa festeira ou festiva, arroz de festa que seja, mas já me apresentei diversas vezes em eventos com essa intenção. Saraus, festas de arromba, festivais, multidões, estive frente a frente com pessoas que estavam ali para, de alguma maneira, socializar e fazer daquela reunião, um encontro para ser lembrado realmente, fortes momentos para se guardar "do lado esquerdo do peito, dentro do coração". E posso dizer que um dos fatores importantíssimos dessas "farras" era, sem dúvida, a MÚSICA. Sem música a alegria tem vergonha, a assanhada não se assanha, o dançante não se mexe e não vira caso pra ser contado e repetido pelos amigos e presentes.

          Festas e eventos comemorativos tem sempre um clima que nos faz escolher a trilha sonora, quando criança uma das festas do ano onde a música era muito marcante, eram as festas juninas, que depois vieram a ter outro significado, diferente, se transformando e associando outras vertentes. Os eventos passaram então a ter nome de ForRock (Forró+Rock), misturando cultura e tradição, à modernidade, somados (+) a demanda de grupos e bandas do estilo rock.
          É interessante como algumas das festas mais marcantes do calendário (festas de época), tenham estilos musicais previamente definidos, e que nesse caso as canções sirvam a um propósito bem específico; não que essas canções quase hinos não tenham real beleza ou importância. Natal, ano novo (Réveillon), ou o carnaval com suas já carimbadas marchinhas, sinônimos de sucesso dos antigos carnavais, ainda hoje são lembradas com carinho e saudosismo de quem viveu o auge; o ambiente familiar e de descontração, eram frequentemente encontrados nesses eventos, daí me pergunto: O que ficou dessa atmosfera? Talvez somente a espontaneidade do povo brasileiro que ainda toma conta das ruas pelo país, claro que nem de longe o visual das mega produções carnavalescas atuais lembram os pequenos, modestos e aconchegantes clubes e as folias de bairro.
          Algumas religiões tem nas melodias de canções hinos de adoração, louvor, oração, evocação e meditação, o uso destas melodias entoadas durante as festividades garantem concentração/foco nas atividades e encontros, permeiam de emoções as crenças de seus seguidores, mantras, cânticos e a intenção de cativar e cultivar em seus seguidores palavras de real significado e filosofia, valorosas a fé e suas razões.
          De culturas internacionais herdamos festividades e/ou solenidades, o dia das bruxas (celta), que até onde me lembro não  tem nenhum estilo musical agregado, ou o dia dos mortos (México), antigamente no dia de finados não se varria casa, ninguém brigava, afinal de contas era um dia de luto, segundo sei o rádio tocava músicas tristes e fúnebres, respeito era respeito até o fim.


Obs. Solo A+:
          Percebam que tendo alegria e música como pano de fundo, qualquer churrasco à brasileira ganha ares de festa, nem precisa prestar atenção ao som que estiver tocando, nem é necessário ter um estilo predeterminado, desde que sirva como suporte a animação dos participantes. O "desafinar do coro dos contentes" muito provavelmente terá aparição ao final desse tipo de manifestação...

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 13-09-2013


Música + Urbana Nas Cidades - 44


Embora as etnias não classifiquem os gostos, e sabendo que "gosto não se discute", é com uma outra máxima que fico, uma que diz "somos produto do meio em que vivemos". Quantas vezes nos deparamos com as mudanças nas cidades, moda, comportamento, MÚSICA..., assim também temos os que atentaram e traduziram em forma de canções o que ainda se vê quando perambulamos por avenidas, bares, personagens, cenas; o dia e a noite em paisagens totalmente urbanas.

De alguma maneira ainda somos uma grande aldeia/povoado, as várias tribos e seus novos costumes que podem até causar um choque num primeiro momento, criam até superstições modernas (lendas urbanas), mas que levam a perda das nossas antigas raízes e folclore/tradições. Nossos ancestrais com certeza ficariam surpresos de saber o que nos tornamos enquanto comunidades e divisões de território, a divisão não pode ser mapeada geograficamente nos grandes centros, existem focos individuais e padrões que nem sempre tem a intenção de comandar ou ditar qualquer que seja a nova ordem coletiva, cada um por si e por suas ambições.
Moramos em cidades que nos inspiram e nos influenciam mais do que podemos entender, cultura, ritmo, estilos, ruídos, cores e senso crítico, tudo afetado pela tal "urbe", artistas variados de todas as épocas retrataram sua visão de suas origens ou das cidades que os acolheram e que passaram então a chamar de casa. Algumas das músicas sobre o tema cidade, são criações vindas da admiração/paixão e respeito dos compositores por sua terra natal, mas criticas e/ou desaprovações são bem comuns nesse caso.
Num mar de pessoas com interesses diversos, buscar fôlego pra seguir em frente sem afundar ou ser submergido na mesmice dos prazeres comuns, a selva de pedra, asfalto, concreto e semáforos, tecnologia e algumas coisas que não são mesmo novidade  pra ninguém, "olhos que se conectam, espelhos da alma... Entendo que nem todos concordem e possam achar que estou filosofando e talvez tenham ideias melhores e mais cheias de 01101110011000010110010001100001 (zeros e uns). Apenas uma certeza me ocorre, o lado humano ainda há de reclamar!! ÂBS"

"A cidade não pára 
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce" C.S.

Obs. Solo A+:
A vida na cidade grande pode ser mesmo aterradora, a criatura que sofreu metamorfose e se tornou o homem moderno mete medo pela falta de senso coletivo e cidadania, em contra partida podemos dizer que todas as "grandes" cidades um dia foram pequenas e já foram qualificadas como áreas rurais, na maioria dos casos a evolução é violenta e vaidosa.

Obs. Solo +B:
Só pra lembrar algumas das canções mais conhecidas sobre o tema desse post: Sampa, Muros e Grades, Música Urbana, A Cidade, 175 Nada Especial, New York - New York, Anoiteceu em PoA, Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você), Brasília, Aquele Abraço...

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 06-09-2013

Arte + Visível, Música + Invisível - 43


         Mesmo que minha memória ainda pouco falhe, sempre me lembro de personalidades da música que se tornaram personagens, a exemplo disso o homem por trás do personagem fica desconhecido, e sobre a verdadeira pessoa, o personagem....ihhh compliquei?! Nem tanto, veja o caso do querido Luiz Gonzaga que teve parte de sua vida contada em filme, ou em contra ponto a nossa realidade, os The Doors, pouco se fala do lado pessoal, os homens por trás das músicas, sou um fã nem tão estudioso dessas figuras espalhadas por aí, histórias que nos enchem os olhos e povoam o imaginário coletivo, indagações subjetivas, falta de imaginação, falta de tempo, tempo de sobra... "O tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo." M.A.

         Se parar pra pensar temos variados modos de perceber o visível (porém nem sempre louvável), do que é invisível, tudo questão de ponto de vista, claro! Como pra quem vê a cidade de dentro do carro, o pedestre também fica invisível, pouca beleza se percebe na velocidade, detalhes que passam, o vento passa, as folhas do calendário. O som que toca é tão invisível quanto a fonte causadora. O movimento das partículas do ar; é como o som deveria propagar, cada vez cai uma folha do tal calendário tenho a impressão de estarmos entrando numa era próxima ao vácuo, em que movimentos desordenados/exagerados, onde o raciocínio não é mesmo muito necessário, regados a fatores econômicos e socioculturais, que no máximo nos deixam escolher o canal/estação ou rede social.
         Talvez a música seja mesmo a arte mais invisível, notas musicais que trans+formam os sentimentos invisíveis, em canções que passam a ter importância dentro de cada um, de acordo com o momento/contexto em que ouviu pela primeira vez determinada canção, seu valor e relevância na nossa trajetória pessoal intransferível. Arte que clama por entendimento e dá margens a interpretação, não se limita a estilos e moda. Limitados somos nós, procurando fins que justifiquem os meios, com meias palavras e meios termos, no âmbito financeiro, na forma como a TV nos educa e nos deixa cegos, vidrados em falsas verdades e deixam absurdos invisíveis.
         Bons tempos aqueles em que ver o artista em pessoa valia alguma coisa. Hoje em dia a fama dos personagens precede os feitos, nomes estampados em tapumes e outdoors, escritos em letras que disputam em tamanho com seus egos, visíveis até mesmo pro pior cego. Minhas condolências aos pintores que tem seu valor roubado (não diminuído) pela digital arte; facilitadores do trabalho de observação e aprendizado constante, que muito se deve a sensibilidade e aos pequenos detalhes, estudados pelos olhos atentos e técnicas apuradas pelos anos de estrada e/ou horas de voo, pincéis invisíveis aos bits e bytes. A velocidade do processo de impressão dos livros, que tornam um novo lançamento ou mesmo os consagrados volumes, em páginas de papel invisível no corre da vida, mas que enchem as megastores que só ficam em minúsculo aqui, nesse texto que dentro em breve também ficará invisível.

"Só se vê bem com o coração (conteúdo imperfeito), o essencial é invisível aos olhos." A. S-E.

Obs. Solo A+:
         Artistas de todo mundo mostram sua cara na TV, na internet e mídias, passo a acreditar que a música fica invisível quando mostram apenas um infinidade de qualidades visuais, boa performance e belos instrumentos, fica difícil de saber até onde entendem a sorte que tem. Falta o conteúdo de tudo isso, nem é fácil encontrar uma nova ótima sonoridade, o novo bom pouco acrescenta de verdade, textos que subestimam nossa capacidade social inclusive...

Obs. Solo +B:
         Reis do rock, rei do baião, o lagarto rei, o rei do carnaval, o rei do futebol, com tantos reis num dá nem pra sentir saudades da monarquia. Heróis de cartola, anéis e correntes, capa e bota, caricaturas e seus estereótipos, em qualquer que seja o ponto em que suas características possam se fundir/confundir.


A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 30-08-2013


Ainda + Esperança - 42


         Não é à toa que popularmente a cor da esperança seja o verde, é preciso reconhecer a importância da natureza em nós, para os seres viventes das grandes cidades já se tornou uma prática comum, dar uma fugidinha para o meio do mato. É uma forma de encontrar com o lado mais (+) orgânico da vida, mas é sempre por pouco tempo; acabamos voltando pra nossa realidade, enfrentar poluição, assistir a notícias sobre desmatamento e queimadas... e como é triste ver árvores queimadas, toras de mais de 10 metros que foram moto-serradas, e que quando caem dos caminhões são abandonadas nas estradas. Me lembro que em algum momento durante meu aprendizado de música, pensar que a matéria prima principal para a confecção da maioria dos instrumentos musicais é a MADEIRA... mas comparada aos diversos maus tratos ao planeta e a devastação das florestas que nos saltam aos olhos, a culpa dos músicos e seus queridos instrumentos é minúscula, feitos muitas vezes de madeira de reflorestamento e que chegam através de meios "legalizados". Ficava pensando em quanta gente estaria procurando novos materiais para a construção de cordas e partes de guitarras e instrumentos de madeira, pelo visto pouquíssimas.

         Como sempre na história da humanidade, artistas se puseram a estudar a natureza, alguns na tentativa de copiar as obras ali perfeitamente construídas  outros a transformar em visões de quase paraíso, quando enfim desvendavam a beleza por trás de fenômenos como chuva ou vento. Falar dos males que temos feito ao planeta (e com isso a nós mesmos), é um pouco mais recente e chocante, sempre que ouvimos uma mensagem sobre o assunto todos entendemos, mas fico na dúvida... afinal, nas mãos de quem está a força pra mudar o rumo?

"O que fizemos para o mundo? Olhe o que fizemos!"
"Agora já não sei onde estamos. Embora saiba que fomos muito longe" M.J.

         Não é tão difícil encontrar absurdos criminosos contra biosfera, hidrosfera ou qualquer outra parte da onde a vida lute pra sobreviver por instinto e seguindo um curso próprio, porém geograficamente os disparates contra a natureza serão sempre classificados como crueldade, independente de língua, credo, cultura. Artistas do mundo inteiro já fizeram suas canções transmitindo suas mensagens e seus apelos em prol da ecologia, lamentavelmente muita gente não gosta de música, não gosta de natureza, não gosta de nada e não vê valor em nada.

"Como é possível que você tenha coragem
De não deixar nascer a vida que se faz
Em outra vida que sem ter lugar seguro
Te pede a chance de existência no futuro" R.C./E.C.

         Sem querer levantar qualquer bandeira que seja, e acabar passando por "eco-chato", acho que se tornar consciente é mais importante, ninguém precisa sair comprando tudo reciclado e sustentável, até porque isso só geraria mais lixo e nem adiantaria tanto assim, naturalmente me ocorre que a engenhosa junção da doçura do mel e o ferrão da abelha, tem tudo haver com nosso desdém pelos cuidados com nossa própria casa, o planeta terra.

Obs. Solo A+:
         Me lembro uma das primeiras vezes que ouvi o "grito" da natureza, um trator contratado para fazer limpeza numa área onde seriam demarcados novos lotes, lá algumas árvores onde viviam alguns pássaros, desabrigados e sem rumo, as voltas e voltas em voos rasantes por sobre a máquina. Infeliz do ser humano que não reconhece nos animais algum sentido de irmandade.

"O homem antigamente falava com a cobra, o jabuti e o leão, olha o macaco na selva, não é macaco baby, é meu irmão..." J.M.

Obs. Solo +B:
         Ok, tudo muito bonito e muito poético, mas de verdade não estamos fazendo o suficiente pra reduzir impacto dos abusos excessivos aos recursos naturais, a reconstrução desse quebra-cabeça que temos desmanchado insistentemente, é trabalho que ainda agora está nas mãos dos que aprendem desde cedo como dispensar lixo, reciclar e reaproveitar, e assim gerar menos resíduos. Temo somente que aprendemos muito lentamente e destruímos muito rapidamente.

Obs. Solo A+B:
         Ecoturismo, efeito estufa, ecofriendly, dendrofobia (medo mórbido de árvores), sustentabilidade, CO2/CFCs, ISO 14001, pós-consumo e resíduos sólidos, transgênico, combustíveis fósseis... ONDE QUEREMOS CHEGAR?!

"Ninguém supõe a morena / Dentro da estrela azulada / Na vertigem do cinema" C.V.

A+BraçoS verdes de esperança!

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"Absolutum Est Casualis" 23-08-2013


Talentos S/A + Sociedade Anônima (S.A.) - 41


         Tanta gente boa por aí e nós por aqui, fazendo e acontecendo, nada de "mainstream", sem seguir as correntes principais de moda e estilo, habilidade de criar e transformar a mesmice em novidade, quase uma questão de resistência cultural. Nos anos 80 algumas das bandas rotuladas como pós-punk eram, na verdade, o underground (submundo) de suas origens; o clima soturno perdeu força e saiu em busca de luz e reconhecimento. Num primeiro momento, aos olhos e/ou ouvidos do grande público, pouco importa qual a trajetória/história por trás de um novo rosto que fala porque quer, e se expõe por vontade própria; mas deixa marcas nos mais próximos, amigos, ouvintes, apaixonados pela novidade e arte.

         Os equipamentos também passam por esse purgatório entre o desconhecido e o aprovado, buscando identidade sonora experimentar é preciso. Nesse campo tecnológico muitas das consideradas "engenhocas" se tornam criadoras de estilos, moldam e descobrem novas habilidades, extraindo da pedra a escultura; e quando a estátua passa a ser cultuada, o underground se transforma em mainstream e um novo underground surge, o ídolo saiu da pedra.
         Alguns dos estilos musicais mais tradicionais também tem seus anônimos, conhecer esses nomes é coisa apenas para os iniciados. Um seleto grupo de pessoas que já fizeram e aconteceram pela música/arte, tornaram se perfeitos em suas buscas pelos feitos , e são reconhecidos fora do seu tempo, eclipsados por seguidores e fanáticos vorazes.
         Música alternativa, seja pela nova escolha ou pela tentativa de revezamento, a busca em se tornar foco, de crescer, aprender, evoluir e desfrutar desse caminho quase inevitável, é o que torna ainda mais instigante e incontrolável a ousadia rumo ao desconhecido, o futuro...
         Não posso deixar de falar em blues, pois existe um sem número de artistas colecionáveis que deixaram um legado, seja em forma de canções e registros fonográficos, ou nos trechos históricos agora dedicados as suas façanhas, encontros e desencontros. Alguns talentos naturais se converteram em figuras fáceis e acessíveis, pra ganhar a vida através da aptidão/dom, muitos tornaram-se parte de um mercado frio, controlador e consumista, empresas em pele de músicos e artistas. Money talking...
         Gente que depois da fama nunca mais se preocupou em falar de política, sociedade ou luta por qualquer que seja o direito, a exemplo disso estão por aí os tais "cadáveres insepultos" da MPB, pouco usam da velha verve incisiva, ferina e mordaz, contra o tsunami anti-cultural que varre o país de geração em geração.

Obs. Solo A+:
         Underground é onde nasce quase tudo que se torna popular, pequenos feitos e grandes esforços, sem os louros e atenção da mídia, o laboratório onde "loucos" pesquisam, dando novas formas, reinventando fórmulas e bebendo de poções rejuvenescedoras, deixando uma herança/legado aos mais atentos.

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 16-08-2013


... + Uma Vez..., O Novo De Novo - 40


          Embora com minha ainda pouca idade, assisti a algumas mudanças tecnológicas, sociais e culturais que afetaram fatalmente a música, para o bem e para o duvidoso. A facilidade e velocidade que músicas de "sucesso" são "criadas" e veiculadas é assustadora, os "home studios" vieram mesmo pra ficar e marcar uma geração de novos sons, mas também alterações culturais que converteram gentileza em LUXO. Outro ponto em que esbarraríamos na questão contemporânea, é conseguir determinar o que é novo, e à partir de quando ultrapassou o prazo de validade, isso se não estiver nas "embalagens", experimentar talvez seja uma boa ideia. 

          Muito dinossauro e pouco ovo, monstros nascendo do nada e por toda parte, como em filmes de terror ou ficção, em que saem dos esgotos e submundo, fazendo uma metamorfose diária incompleta e agonizante que beira ao caos, atacando a quem quer que se mova. Talvez seja apenas o ponto de vista, quem sai do escuro e se torna foco não nota o espanto coletivo, é tudo novo também, passam a fazer parte da novidade, antenados, digitais, nada de escolher lado, resistência ou aceitação, os conceitos são outros, gerações em constante mutação.
         Lembro de ir ver bandas que chegaram a ter até 2 carretas de equipamentos, hoje viajam com apenas um ônibus de equipe, pouca aparelhagem. Chips de computador (circuitos integrados) tornaram possível ver famosos guitarristas trocarem seus apaixonantes sons de guitarra, por simuladores virtuais; não que não valha mais à pena sair de casa pra rever os mestres, mas há algo de diferente, monitores de retorno de palco que viraram pequenos fones de ouvido, grandes amplificadores que passaram a ser simulados por pequenos pedais e aparelhos de chão, a novidade era a falta de glamour, o encanto se perdeu no tempo, fez pensar, mas "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais" B. Apaixonados por música ou qualquer coisa que valha a pena, sabendo e tendo a consciência de que o novo sempre vem.
          Conformidades lastimáveis à parte, alguns aspectos são notoriamente o imã que nos atrai, artistas são mesmo figuras únicas em seus pequenos universos, tem capacidade criativa individual que atingem o público em várias dimensões, seja pela beleza dos textos, falas e pensamentos ou ainda a sensibilidade transformada em arte, lições de vida pra guardar e aprender, afinal de contas somos dos poucos seres vivos que aprendem com os erros.


Obs. Solo A+:
          Rolos magnéticos usados em gravadores de estúdio X HDs, fitas de vídeo VHS X DVD, Vinil / Fitas K-7 X Compact Disc, Diquetes X Pendrive/CDs, Mega-Giga-Tera, Analógico X Digital, o simples X simplório, ASA 100-200-500 X Megapixels, TVs com tubo de imagem X LCD X LED X sei lá mais o que..., essas são apenas algumas das substituições que convivi de perto, mas nem tudo caiu em desuso, o bom senso ainda mantém lâmpadas incandescentes a venda, amplificadores de guitarra, livros, educação e civilidade, pequenas coisas pra gente identificar quem é virtual e os de carne e osso.

Obs. Solo +B:
         Gostaria de aproveitar pra agradecer a todos os leitores dos textos aqui do blog, OBRIGADO!! 
Até sexta-feira.

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 09-08-2013


+ Uma Emoção Ou Uma Emoção A+ - 39


         Que a música nos estimula não tenho dúvidas, serve de impulso em pacientes em coma ou com algum tipo de amnésia, ou nos hospitais através dos grupos chamados "doutores da alegria". Nosso cérebro clama por som, seja por motivos alegres ou tristes, euforia ou "dor de cotovelo", até mesmo em momentos solenes. Músicas que rebuscam em nossa trajetória parte da trilha sonora e nos motivam a dar novos passos. "Não nos importa razão no coração/ Na mente somos só emoção/ Todos em uma só voz!!" ÂBS 

         Com palavras de ordem, ficamos reflexivos, quando uma história e/ou estória é contada nos incluímos nessa nova realidade, criamos assim a nossa própria vivência no contexto. Humanos que somos, nos identificamos com a dor alheia, construímos internamente tentativas de entendimento que tudo tem haver com nosso aprendizado e ego. Música que alegra e diverte, música que faz refletir, que faz correr, que faz dançar, que quer cantar, que encanta enquanto toca e marca época; nossa infância é 
recheada de músicas e temas melódicos que nos levam de volta no tempo. Durante uma passagem musical preferida ficamos comovidos e os sentimentos afloram, se fecharmos os olhos somos capazes de visualizar os momentos já vividos embalados por alguma canção.
         Motivados por fatores externos escolhemos que música ouvir, e como interligar os fatores visuais ao que escutamos, muita luz, pouca tonalidade, qual é a cor que melhor combina? E até mesmo que roupa vestir! 
          Um samba que faz sorrir, um rock pra dançar, uma valsa que pode fazer chorar; mas aqui não apenas a beleza da obra traz as lágrimas, uma parte instrumental que nos dói o coração, e nesse caso pouco importa se está bem executada ou se o tema em questão está sendo tocado num bandolim ou num baixo elétrico. O baixista Stu Hamm veio a Belo Horizonte e tocou o tema de "Aquarela do Brasil" a platéia se emocionou, lembro de assistir a uma versão instrumental que o Armandinho Macedo fez da música "Oceano" do Djavan e o público cantou mais alto que a banda, o guitarrista Stanley Jordan tocando "Starway to Heaven" instrumental, vi homens de cabeça branca chorando; o que me mostrou a mágica por trás de canções que já são belas em sua forma original, com seus textos expressivos e dentro de seus respectivos cenários.
        Raiva, amor, desprezo, medo, alegria, tristeza, surpresa, sentimentos que temperam nossa vida e o cancioneiro popular de pura emoção, faz notar "a irresistível sensibilidade do nosso cérebro à música. "O.S.

Obs. Solo A+:
        Parece tudo a mesma coisa, mas existe uma diferença básica entre emoção, que seria a ação; e o sentimento, que está diretamente ligado ao fisiológico.

Obs. Solo +B:
         Talvez seja mais que isso, mas pelo menos não deixei de falar alguns dos aspectos importantes da arte das musas (música), ligados a parte que deveria ser a mais interessante, sentir e viver as emoções.
"Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais
Se chorei ou se sorri 
O importante 
É que emoções eu vivi..." R.C./E.C.

A+BraçoS

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"Absolutum Est Casualis" 02-08-2013