O Peso do Som E O Som + Pesado - 25

           Muito se falou de som pesado por anos, mas o que é o som pesado hoje? Provavelmente não é mais o mesmo de 15 anos atrás, bandas que no passado eram conhecidas como trash metal, heavy metal, hardcore, speed metal, hoje em dia ficam na lembrança de quem viu o início desses grupos, os cabelos compridos, a atitude juvenil inconsequente, botas e camisetas pretas, perderam lugar para um som menos orgânico e mais ajustado as novas mídias e realidades. Jovens adolescentes e velhos problemas são a garantia de novas gerações de "metaleiros". Existem várias explicações para o termo HEAVY METAL (\m/), a que mais me agrada é uma que diz ser uma notícia jornalística, que misturada a manchete de uma usina/fundição com o lançamento do show de uma grande banda de "rock pesado".

           Gosto de música imensamente, e assim como "gosto não se discute", aprendi a admirar algumas das bandas do chamado "rock pesado" (hard rock). Sim, me agradam os graves densos e efeitos de guitarra que dão a impressão que ficaremos com uma dor no peito por semanas, infelizmente tudo temporário nesse caso. O prazer musical não está somente no volume ou pressão sonora, mas na atitude e autenticidade, e alguns desses itens são facilmente notados em sons progressivos dos anos 70 e repetidos em diversas vertentes até os dias de hoje, por um lado o conhecimento se expandiu e tomou outras formas, tornando possível passar de geração em geração (espero que isso aconteça com outros assuntos do nosso dia-a-dia), por outro as novidades são natimortas, ensurdecedoras e sem propósito.
           Nunca me considerei um metaleiro, tive cabelos compridos por mais de 12 anos e uma das minhas cores prediletas é justamente a ausência de todas as cores, o preto. O estereótipo esperado de alguém que goste de "heavy metal", sempre se quebrou no meu caso, como ondas que morrem na praia. O calor dos trópicos aliado as minhas outras paixões musicais, impediram que eu entrasse nesse "mosh" comum. Não somente o diferencial ainda que visual do estilo, mas também a temática do metal me atraía; as letras/textos com motivos soturnos, ainda fazem do estilo um grande sucesso na minha trilha sonora.
           Conheci algumas bandas de heavy famosas antes mesmo de conhecer as minhas preferidas, mas num primeiro momento não consegui me ligar àquelas sonoridades, a identificação veio com o tempo. "Enquanto houverem garotos chateados o heavy metal continuará existindo" O.O. Algumas das bandas New Wave of British Heavy Metal (N.W.O.B.H.M.), que era o movimento que queria sair do esquema punk dos anos 70, mas com sonoridade também libertaria, ainda faz os "headbangers" sacudirem década após década, alguns dos elementos que tornam isso possível podem ser a longevidade das bandas, o público fiel e os velhos problemas se repetindo. Conheci a maior parte das bandas de "metal pesado" no início dos anos 90, quando fiz aulas de guitarra na "galeria praça 7". Passei a descobrir semanalmente novas bandas, do metal extremo/brutal aos melódicos e depressivos, alguns gostava mais, outros menos, pra falar a verdade os álbuns "clássicos" me chamavam mais a atenção, os novos sons me pareciam ser meio construídos e plastificados, muito distante das primeiras distorções feitas por cones de alto falantes perfurados com agulhas ou pregos, som completamente orgânico que ainda influência as gerações de amantes de sons mais "agressivos".
           A falsa impressão de que o som agressivo traga comportamento agressivo me parece absurda, estereótipo em notas musicais?! Faz lembrar que alguns acordes já foram proibidos pela igreja, devido a tensão gerada por esses acordes, os trítonos como são chamados, são hoje elementos essenciais ao heavy metal por compor assim a atmosfera que caracteriza o estilo, também são conhecidos como "a nota do diabo", talvez esteja por aí a ligação entre causa e efeito. Já ouvi bandas de "white metal" que me deram mais agonia e temor, que bandas de black metal. As atitudes são merecedoras de cuidado e atenção, nem sempre o white é o lado bom e black é o lado negro, falsos julgamentos.

Obs. Solo A+:
           O estilo progrediu e gerou frutos em gerações e novas misturas, é monstruosa a quantidade de variações do rock e do Heavy Metal, só pra citar algumas derivações: Death Metal, Speed Metal, Glam Metal, Doom Metal, New Metal, Grindcore, Trash Metal, Progressive Metal, Metal Melódico, Metal Sinfônico, Rap Metal, Industrial Metal. Lembrando que algumas dessas vertentes só se misturam em textos sobre o assunto, grandes rivalidades, sons incríveis...

Obs. Solo +B:
           Já passei algumas horas repetindo os solos e os "riffs" dos meus ídolos do metal, Metallica, Iron Maiden, DIO, Black Sabbath, Deep Purple, Soul Fly, Angra, power chords e muitas palhetas por minuto, distorções massivas. As críticas, histórias e lições contidas nas letras/textos, também me chamavam a atenção desde o início. "Halls of justice painted green, Money talking!" J.H.

A+Braço + Metal


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"Absolutum Est Casualis" 26-04-2013


Um Espetáculo A + - 24

            Quem nunca foi a uma apresentação teatral ou musical e se sentiu dentro de uma momento ímpar, ou por que realmente valia esse sentimento, ou por paixão pura e simples ao que assistia, momento inesquecível pra guardar no coração, máquina fotográfica de sentimentos, como uma máquina do tempo (coisa de filme de ficção), fotos fazem isso um pouco, CDs e DVDs também, de vez em quando revisitar os momentos é ótimo, mas a memória é especial nesse ponto, isso quando ela não falha. O que torna um momento especial em cada um de nós? As ocasiões somadas a sensibilidade, nossa ligação ao que nos rodeia, a empatia ao externo. Inúmeras variações, pra algo que parece tão banal o "gostar".

            Gosto de música a tanto tempo que nem me lembro bem qual foi a primeira grande apresentação que presenciei, mas algumas foram especiais, orquestras, duos, big bands, solos, a capella. Tenho reparado que a moçada não vai aos show para ver os shows, afinal de contas tem tanta distração/distorção no local que transforma a apresentação musical em mero detalhe, qualquer coisa passa a chamar mais a atenção, o cara que com o isopor vende cerveja, uma turma de tietes, o celular; registrar o momento... Onde? Nos tais celulares... pra rever depois... áudio distorcido, ângulo ruim, filmagem tremida, fotos embasadas, arquivos que nunca mais serão revistos, esse é o novo legal, o novo bom! Quero mesmo é poder me lembrar daqueles instantes sem essas impressões manchadas, flashs falhos e cheios de afetação, que muitas vezes cria um outro espetáculo, humano, extremamente humano... Lindo, se não fosse lamentável.
            Já fui a apresentações onde artistas durante alguma pausa, proferiam palavras de ordem em discursos inflamados, seja por descontentamento, ou ainda de preocupação com algum assunto, dando a entender que aquilo realmente o feria, será?! Segundo sei no período do populismo no Brasil alguns candidatos/políticos colocavam queijo ralado sobre os ombros pra parecer caspa, usando disso para se misturar ao povo/público/alvo, atiram pra todos os lados, seja apelando ao time de futebol, partido político, a ideia é dizer "olha sou como vocês", "Não é o que a gente imagina" ÂBS. Não duvido de tudo, só questiono, pra falar a verdade é o que nos resta... Conformidade lastimosa! "Ou será que somos um espetáculo a mais nos seus telejornais..." D.Q.
            Certa vez uma amigo/músico me disse um dos reais motivos para que os componentes das orquestras toquem todos vestidos igualmente e de preto na maioria dos casos, o motivo é bem simples e me soa bem razoável, o espetáculo ali é a ARTE/música e não os integrantes da conformação. Parece bem óbvio pra mim, pode ser que eu esteja delirando, mas o que temos hoje que pode ser comparado com as composições de música clássica? É tão pouco que duvido que consigamos utilizar todos os dedos de uma das mãos. O empobrecimento cultural anda pelas ruas com sons que "racham" e tomam emprestados nossos ouvidos... à força... espetáculo a parte.


Obs. Solo A+:
            O dito popular nos ensina "o futuro a Deus pertence", para o bem dos mais jovens e de nossos ouvidos, prefiro acreditar que o futuro pertence aos de bom gosto, assim seja...Amém!

Obs. Solo +B:
          Do latim spectacùlum: Chamar a atenção pública, derivado de spectáre (olhar, observar atentamente, contemplar). Tantas são as maneiras de fazer a mesma coisa, é necessário escolher a que mais se aproveite, pois sementes ruins morrem cedo...

Aquele A+Braço

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"Absolutum Est Casualis" 19-04-2013


Cada um "na sua" + alguma coisa... e o algo + - 23

           Entendo quando dizem cada um "na sua", mas sempre tem o "algo mais", e por diversas essa máxima teve sentido em momentos da minha trajetória. Iniciei tocando violão almejando a guitarra, comecei uma banda almejando o palco, comecei a cantar pelo algo mais e pela oportunidade criada pelo destino..., chame do jeito que quiser; mas sempre ALGUMA COISA promove o ALGO MAIS.... Tenho muitos amigos/músicos que além de serem artistas natos, aprenderam suas profissões entre eles, médicos, dentistas, professores, engenheiros, projetistas, administradores, regendo a vida da melhor maneira.

           Parece que a língua falada em alguns dos muitos mundos existentes, mesmo estando dentro do mesmo país sendo o Rock, o pop, o blues, o samba, a MPB, podem ter barreiras contextuais ou ego maníacas, mais densas que as barreiras físicas. Seria ótimo se caíssem essas barreiras e preconceitos artísticos principalmente, o universo em que vivemos é maior que julgamos ser. Chego a ficar feliz de ver alguns mitos da música se juntando as novas gerações, não apenas buscando sobreviver na juventude alheia, mas sobrevivendo e dando continuidade, e quando se consegue a soma (+) dessas partes, a coisa passa a ter um algo mais interessante e mantendo cada um na sua de forma a que ambos possam continuar vivendo em seus mundos. Embora eu saiba que "é social a crise de identidade" ÂBS, tenho percebido que existe mais ego que personalidade. Em cima do palco o personagem nos rouba um pouco o lado racional, fora desse cenário somos nós outra vez, é preciso lembrar com ou sem espelhos.
           O tempo passa, escolhas feitas e prumo ajustado, mudamos com o passar dos anos, e conciliar duas ou mais atividades é um aprendizado constante pode ser fotografando, tocando um instrumento, organizando eventos, o ganho para quem está envolvido em diversas atividades é enorme, o "algo mais" se torna a válvula de escape da pressão rotineira, o prazer é maior pra quem ama. "Escolha um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida." C. Não existe uma só forma de viver ou de usar os conhecimentos/talentos adquiridos. Seja profissional  amador/amante/diletante o importante é a entrega a cada uma das atividades, de corpo e alma a recompensa sempre vem, financeiramente ou pela realização pessoal, sempre são consequência de trabalho.
           No quesito organização não misturar as funções/foco é importantíssimo para se obter resultado almejado, fazer a sua parte e torná-la importante para um conjunto. Fico na minha quando não sou chamado a um assunto, mas uma vez fazendo parte,  abraço diversas causas; não acredito num ser humano feito de  somente duas partes, uma racional e outra emocional, fica parecendo os antigos vinis o "lado A" e o "lado B", o lado bom e o lado ruim do mesmo objeto, os dois lados da moeda, a questão nem é "atirar pra todo lado", um dos grandes desafios é saber das preferências, pois o tiro pode sair pelo lado oposto (culatra).

"E onde queres romance, rock 'n' roll" C.V

Obs. Solo A+:
           Vivo nesse constante vai e volta de alternativas, montanha russa da rotina, música/projeto e projeto/música. Espero estar fazendo as escolhas certas... o tempo dirá...

"Tudo é questão de obedecer ao instinto
Que o coração ensina a ter
Correr o risco, apostar num sonho de amor
O resto é sorte e azar" CZZ

Obs. Solo +B:
           "Em momentos em que não souber por onde andar, seus passos se perderão pela estrada" ÂBS. Escolher um novo caminho, pode ser um tempero para o futuro e imortalizado pelos que se agradam dele, buscar ocupações que sejam louváveis, dignas de serem lembradas.

A+Braços

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"Absolutum Est Casualis" 12-04-2013

Um Jeito + Pessoal (Único) - 22

           Cada um faz algo a sua maneira, que é pessoal e totalmente intransferível, seja a escolha pelo pão com manteiga + mel, café sem açúcar + água, comer banana com casca, e se alguém se achou exclusivo fazendo alguma dessas e acabou descobrindo que um tanto de gente faz o mesmo, aproveito a deixa pra dizer que sempre existe algo que alguém já fez antes, e talvez melhor que sua pretensão. Imaginem só, John Lennon disse uma vez "antes de Elvis não havia nada", sou fã de ambos e sei que ambos beberam de fontes semelhantes musicalmente falando e ainda assim o processo de assimilação em cada um foi traduzido de forma particular. Por mais que se escolha a camisa que vai usar, a cor, o tipo de calçado, a sequência desses acontecimentos nunca conseguimos prever, ao passar da porta pra fora tudo pode mudar...

           Falei por aqui sobre analógico e digital, e alguns dos puristas do tipo que não dão o braço a torcer, continuam retrocedendo no tempo, dia após dia, buscando recriar?! (REFAZER o que JÁ foi FEITO, onde está a pureza nesse caso? Digamos que o original já se contaminou de tempo). Talvez a resolução dos embates entre modernos e antigos, mesmo que internamente são mais simples que parecem, não acredito que 10 guitarristas, com 10 stratocaster e 10 amplificadores valvulados, sejam 10 vezes diferentes, se repetirmos o mesmo som 10 vezes, isso não o torna único e soma se (+) muito pouco, pra falar a verdade, se tentarmos fazer essa “mix” provavelmente ficaremos mais confusos, andar pra trás, rebuscar, não o tornará nada singular. Percebam que as palavras que escrevo, também não são invenções minhas, apenas as uso de forma a transmitirem ideias, o que não me dá propriedade sobre elas.
           Ainda sobre a escolha de uma cor, um modelo de guitarra, tipo de cordas, palhetas, tudo isso são escolhas pessoais, muitas vezes intermediadas por influências, e o que resulta de fato são também nossas preferências, individualmente fazemos seleções que nos agradam, a quantidade de grave, médios e agudos, mais açúcar, mais tentativas e erros... escolhemos/selecionamos pouco...
           Existe um monte de regras, mas não existe regra quando se fala em modo pessoal, senão perde-se o sentido, "Exceções não são sempre a confirmação da regra antiga; elas podem também ser o precursor de uma nova regra." M.V.E-E. Toco guitarra do jeito certo... canto do jeito certo... A diversidade é tão imensa que podemos dizer que não existe um só tipo de nada, de cantar, de viver, de percutir cordas de qualquer que seja o instrumento, o que existe de fato e fica marcado por épocas e estilos é a técnica, a maneira, o como se faz... Com o passar dos anos afinamos o foco, a busca de um caminho mais particular, mais acertado, mais 'sui generis', e na maior parte das vezes ligado a experiência e as conclusões que tomamos à partir da vivência. Passamos a fazer escolhas por assimilação, a qualidade que tanto procuramos está no conhecimento (know-how) interligado a prática, mesmo que certas "coisas" nos escolham, as chamadas coincidência, podem nos encontrar em momentos oportunos, aprendemos com as adversidades, dificuldades que se apresentam a todo tempo.
           Insisto em algumas ideias já ditas por aqui ("7 notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e as 26 letras do alfabeto ocidental, e ainda nem tudo foi dito ou escrito e arrependido" ÂBS), muito do que aprendemos só faz diferença se for usado, na teoria é tudo muito fácil, os ambientes teóricos não tem cabos falhando, ruído elétrico, barulho do vizinho e do cachorro latindo. Com tudo isso, quero dizer que faz muita diferença o que sabemos, e o que usamos. O que torna pessoal é o uso que se faz do conhecimento, conhecer é preciso, julgar não é preciso, comparar é inevitável; parâmetros caem a todo instante, pré-conceitos caem a cada dia, no mar impessoal em que vivemos é cada vez mais difícil encontrar quem se destaque de verdade. 

Obs. Solo A+:
           Faça o seu, descubra o seu modo e a seu modo, faça valer a pena ser você, escreva do seu jeito, pinte, cante, dance... mas faça!! Discernimento e força; olhos e mãos. Sem valor, a sabedoria é estéril... Mãos a obra! "Hoje em dia, o verdadeiro conhecimento está em saber viver." B.G. 1647

Obs. Solo +B:
           Escrevo estórias e histórias misturadas as minhas ideias e minha visão do que vejo e ouço, mas ninguém precisa concordar... "Não vou falar por falar..." ÂBS. Não tenho intenção de ser lido como texto científico, com teorias e teses a serem provadas e comprovadas. Misturo música a quase tudo, "será que a gente é louca ou lúcida / quando quer que tudo vire música" CZZ. 

Agradeço aos que leem o blog, obrigado à todos.

A+Braços!!

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"Absolutum Est Casualis" 05-04-2013