Na Escola Tinha + Música e + Música - 6

           No final do ano escolar de 1991 conheci um amigo que me despertaria pra música e se tem uma coisa que acredito é naquela frase que diz: "As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.", e no ano seguinte passei a estudar com essa figura, o Janse. Ele já tocava um pouco violão e eu só ficava assistindo. Meu único irmão é cinco anos mais velho que eu, e tinha amigos que já tocavam violão, muitos desses amigos dele se tornaram também meus amigos. Gostava demais das inúmeras vezes que algum deles levava o violão na escola, ou então aparecia lá em casa com "vinis", do que quer que fossem os estilos: rock, heavy, punk, gótico... E durante uma fase essa moçada aproveitava a ausência dos meus pais (com o consentimento deles) e ficam tocando violão noite adentro.
           Acabei formando uma dupla com o Janse, em trabalhos de escola, na música e na vida; aprendemos várias coisas nesses anos e anos de convivência e amizade que já se perdem no tempo. Estudamos na mesma sala, na escola Leonardo Sadra. Na época tínhamos tamanha paixão pela música que era só ter uma oportunidade e pronto! Estávamos lá de violão em punho pra participar de eventos escolares diversos, era um violão Giannini verde com as bordas pretas, acreditem esse violão ainda existe (taí a foto que não me deixa mentir), pode até não ser bonito, mas é exótico! E foi nesse violão que comecei a aprender e tocar, e com ele me apresentei diversas vezes na escola e pros amigos.

          Na 7ª série, gostávamos de Legião, Engenheiros, Capital Inicial e outras. Houve uma tal "Feira de Cultura" na escola, que foi um momento marcante queríamos tocar, claro! Então eu consegui emprestada de um vizinho uma guitarra em Giannini Supersonic sunburst, do preto até um tom de alaranjado, e o Janse conseguiu com o Caló a tal guitarra Golden (modelo Paul Stanley) preta, achamos aquilo super legal, na escola tinha um amplificador Kute 55, que tinha um revestimento cinza em tecido, ligamos as guitarras nele. Faríamos duas aparições nessa feira, uma no início e outra no encerramento, houve quem incentivasse também, alguns professores e amigos; me lembro até de umas garotas!!! Na primeira aparição saímos ilesos, conseguimos tocar o que ensaiamos; mas ao final da feira, antes da segunda aparição que faríamos, nos vem um amigo e pergunta se poderia cantar uma música junto com a gente, ficamos um pouco apreensivos, mas o cara foi tão convincente e tinha tanta firmeza. Escolheu logo uma música difícil pra cantar (I Used to Love Her dos Guns 'N' Roses) e nós inocentemente aceitamos.
           Era na quadra de esportes anexa a escola onde tinha um palco e um portão de entrada e saída muito pequeno, onde passavam duas pessoas por vez com muito cuidado. A quadra estava muito cheia nesse instante, relembrando aquele momento, me parece que eu via a areia de uma ampulheta passando de um lado para outro, eram as pessoas indo embora com muita pressa, tamanho o desastre causado pelas notas desafinados do nosso cantor emergente, que nos submergia a cada nota e cada palavra emitida. Nunca vi um lugar esvaziar se tão rapidamente.
           Juntamos nossos cacos emocionais daquele momento e fomos pra casa, e nesse momento ouvimos uma canção que dizia assim: "E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz! Teremos coisas bonitas pra contar/ e até lá vamos viver, temos muito ainda por fazer/ não olhe pra trás apenas começamos..." aquilo nos atingiu em cheio; e de alguma maneira reacendeu nossa vontade de continuar tocando. Nos formamos no primeiro grau e dois anos depois montamos juntos com o Igor a banda Dick Vigarista, mas essa história ainda contarei com detalhes no futuro que remonta nosso passado musical.


Obs. Solo A+:
           Esse post me faz perceber de onde vinham muitas das minhas influências e muitas das ideias que ainda insisto em transformar e usar, e desafiar. Conheci na escola o Adriano Borçari que estudava com meu irmão, e em algum dia que meu irmão não pode ir a aula o Adriano me perguntou do paradeiro do meu irmão naquele dia, e em seguida me deu um pin (broche) do U2, curiosamente o som da banda nunca me atraiu, apesar de ter coisas muito bonitas (videos, letras, ideias e ideais). A "moçada" que sempre levava o violão na escola eram o Lúcio, o "Casinha", o Christian, o Adriano, o Alisson; já o Emerson 'Isquisito' era o cara dos vinis, coisas muito legais ouvi pela primeira vez vindas dele.


Obs. Solo +B:
           A cidade que moro nessa época era muito tranquila e conseguíamos transitar pelas ruas com equipamento e tocar violão nas praças pra passar o tempo e conversar com mais calma e sem o temor de ser assaltado. Íamos pra escola nos fins de semana pra tocar violão ou ensaiar com as bandas locais.


Obs. Solo A+B:
           Este post é dedicado a todos estes que se tornaram meus amigos da época da escola e ainda hoje tenho grande apreço por eles. Nessa mesma era escolar conheci o Agnaldo, que para minha surpresa mais tarde se tornaria o gaitista da banda Dick Vigarista.


Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com

"Absolutum Est Casualis" 14-12-2012



5 comentários:

  1. Se em você eu vejo parte de seus amigos, nada mais natural do que uma post dedicado a eles!
    Sinceramente singelo e sua forma de você dizer o quanto é grato pela amizade e convívio.

    Pra quem tá sempre começando... Você me surpreender todos os dias!!!

    Agradeço por mais esse post!
    E to louca pra ver fotos e vídeos (A+B Solo)!

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  2. Deixar aqui algo que sinto nesse blog! Vem coisa por aí...

    "O ... inesperado ganha admiração... Não se declarar de imediato atiça a curiosidade, ... O ministério, por sua característica arcana, provoca a veneração..."

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  3. Mais um excelente post cara !!! muito show mesmo!!
    Tempos ótimos e foram coisas engraçado... não sei se estou enganado mas acho que tocamos Sweet Child on mine tambem do Guns. rsrs
    foi tudo muito engraçado.

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  4. Meu camarada... Bom demais! É sempre bacana relembrar histórias assim... É uma viagem no "túnel do tempo" que vale a pena refazer. A vida é feita do que vivemos, e as histórias ficam, são as páginas do nosso livro. Um abraço do seu amigo!

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  5. Puxa vida... tá dando é saudade de ler essas suas histórias Angelo.... muuito bommm!! "...Teremos coisas bonitas pra contar... e até lá... vamos viver..." putz... ainda tem é coisa pra contar e muuuiitttaaa coisa pra viver!!! Bjos. Parabéns!

    Dani Pedroza

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