+1 - 50


         Então chegamos ao 50, e por aqui me expressei sobre diversos temas entrelaçados a música, nunca segreguei nenhum estilo, escolhi não atacar os menos favorecidos, nem musicalmente, nem culturalmente; mesmo os que vem a mim com cara de que nada entendem, não falei por aqui de política pois a mim interessa somente o que vejo, e ouço, e me agrada sobre a verdadeira música moderna que se fez e pouco se faz atualmente, até porque política e música não andam juntos no meu cardápio, acho perigoso escolher o que ouvir pensando em caso partidário, também nunca desmereci qualquer que fosse o gosto por ruído se é isso que é a nova sonoridade que muitos cultuam e aos montes... com desprazer emudeço diante de tanto mal gosto e desrespeito aos que fizeram realmente algo pela arte por aqui, aos que se calam, fingem não entender nada, e nada se prestam no quesito diálogo favorável ou desfavorável, somente o tempo pra tirar da escuridão e ignorância, que cegam e ensurdecem, mas que ainda reconhecem as palavras grafadas aqui.

        De maneira nenhuma estou procurando modos de me indignar, até porque andar por aí já seria o modo fácil e rápido de atingir esse objetivo, falo de coisas que vão durar até depois que deixarmos de existir, feitas pra durar mais de um fevereiro, nem sou possuidor das verdades e caminhos a seguir, mesmo porque, em qualquer via que se escolha seguir topamos com pedras, algumas nos acertam a cara outras tropeçamos e as vezes caímos mesmo, "Não vou falar por falar..." é apenas um apelo de quem ainda acredita no humano + humanizado, na carga que cada um encontrará pela trajetória, digo que ainda "nem tudo foi dito, escrito e arrependido", também seria vazio por demais atirar a primeira hóstia e se desculpar em seguida. Já ouvimos essa história, sabemos o final e que acaba virando um filme romantizado pra quem teve preguiça em perder tempo, lendo e degustando cada linha, e buscando uma interpretação no mínimo única, (afinal de contas temos pressa, "...é pra ontem...!", e somos mesmo muito ocupados...), sem afetações externas, por que é o que se espera; pelo menos cada um com seus botões. Ali sim, há de existir alguma sinceridade. Momento cada vez mais ímpar, e nem tão saudáveis assim, inflamar e arder sozinho, atear fogo em si mesmo alegando ser combustão espontânea, quisera não entender o dito popular "Deus não dá asas a cobra"! Fazer de tudo em nome de algum motivo externo, em nome de deus, em nome do chefe, em nome da música, em nome do amor, em nome de QUEM? A quem podemos julgar/culpar (I'm judge, I'm jury and I'm executioner too"). 
         Quem é mais importante? A criatura que nos tornamos, ou os nossos criadores a quem tanto queremos agradar... Vacilo em pensar que sempre e em qualquer que seja a época, respostas de todos os tipos e vertentes chegarão. Soluções práticas de quem não vê mais problemas, ou porque se tornaram mais elevados, e não podem ver as reais turbulências rotineiras, e simplesmente ignoram tais acontecimentos, no meandro dos temperos e temperamentos, mas se for cair de cabeça na em classe média, de caráter simples e mediano, tentar alcançar patamares dignos de cuidado com as alturas, cometemos o pecado de sermos anti-classe e impacientes, sentar no banco do passageiro e falar do tempo e filosofar, ainda da muito assunto; sem intenção, nem consciência do fruto de tais prosas versadas ou versos prosados, narrativas e demonstrativas, chegamos a que? O vento ainda sopra, as buzinas continuam tocando, o humilde se torna invisível, o culto ao luxo que transforma tudo em lixo, o toque de midas às avessas, lindas luzes à distância, labaredas que tomavam conta de tudo, e nessa hora quem não tem nada perde tudo... analogias baratas e jogadas as traças, perdidas em submundos digitais e em cenas menos interessantes, pouca luz e fatos obscuros.
         Tampouco quero discorrer e descrever infinitamente sobre o que quer que seja, como um faquir que durante o "show" e na tentativa de dar qualquer tipo de solução, perde os punhos; até por desacreditar que exista tal remédio. Assumo a "mea culpa" e deixo pra quem tem a calma, a paciência, o apoio e principalmente a estrutura física e psicológica pra enfrentar as desavenças mundanas e sem juízo. 
         É isso, pra que tanta filosofia se o que ainda vale são velhos valores modernos ($$!?), "quando o bruto fala o resto se cala", como enfrentar a ignorância armada...? Fazer o que contra a força bruta, que em nenhum momento se oculta, a beleza que nada põe na mesa, mas que ainda dita costumes e regras, apenas os belos.

"O problema com o mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, enquanto os estúpidos estão cheios de certezas." C.B.

Obs. Solo A+:
         Agradeço imensamente a TODOS que leram o blog, e aos que ainda se interessarão pelos textos aqui registrados, obrigado! 

         Chegamos ao número 7.110 de acessos aos textos durante o tempo de 11 meses e 9 dias iniciados em 8 de novembro de 2012, fico lisonjeado pelos comentários e acessos, nunca imaginei que tanta gente se interessaria.

        Farei uma pausa com os textos e inicio uma nova empreitada mais aberta e musical, direcionada aos que ainda notam valor em músicas com o que dizer.

Obs. Solo +B:
         Postarei por aqui videos mensais com versões de músicas que construíram em mim, uma ainda infindável paixão diletante por sons e ritmos.


COMO NASCEU "PARA LENNON E MCCARTNEY"

Uma pequena história pra ilustrar como foi criada a música de Lô Borges, Márcio Borges e Fernando Brant:

     Na saleta de piano, Lô Borges convocou a mim (Márcio Borges) e ao Fernando Brant para ouvirmos um tema que acabara de compor ali na hora, no meio daquela confusão de irmãos, amigos e cervejada.

Todos os que estavam por perto na hora se acercaram do piano, para ouvir o tema de Lô. Então, depois de executá-lo por diversas vezes, a ponto de todos estarmos cantarolando os "lá-Iá-Iás" em uníssono com ele, sem erros, Lô parou de tocar e nos propôs:

-Então? Vocês dois não querem meter uma letra nisso não?

-Só se for agora - respondeu Fernando.

-Qual é o tema que você pensou pra ela? - perguntei.

-Na verdade, eu (Márcio Borges) estava pensando na parceria do John e do Paul... nas parcerias, né. A gente aqui, também fazendo as nossas ... e eles nunca vão saber. Mas pode ser outra coisa qualquer que vocês sentirem - Lô se apressou em dizer.

-Por mim esse tema está ótimo - disse Fernando.

-Eu faço a primeira parte e você faz a segunda - combinei com ele. 

Providenciei canetas e papel e nos trancafiamos no quarto de meus pais. Eu não queria perder a festa, nem Fernando. Em menos de meia hora, portanto, estávamos de volta à saleta do piano, bem a tempo de pegar a saída da macarronada de Leise. Já havia até alguns de prato na mão, ao redor do piano, quando Lõ cantou pela primeira vez os rabiscos que colocamos diante dele, na estante do piano. Na minha parte estava escrito:

Porque vocês não sabem do lixo ocidental
Não precisam mais temer
Não precisam da timidez
Todo dia é dia de viver

Porque você não verá  meu lado ocidental
Não precisa medo não
Não precisa da solidão
Todo dia é dia de viver ...

Na parte de Fernando estava escrito:

Eu sou da América do Sul
Eu sei vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais.

Quanto ao nome, ficou sendo o que Lô sugeriu: 
"Para Lennon e McCartney".

A história em quadrinhos:

A+BraçoS

Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com

"Absolutum Est Casualis" 18-10-2013



2 comentários:

  1. Que “a gente” continue a ter vontade, verdade, saudade. Que “a gente” continue a lutar, amar, se entregar. Que “a gente” aprenda a não desistir, ... Que “a gente” perceba que as palavras embelezam a vida, a alma e os olhos. Que “a gente” embale com música os versos, as frases e os sonhos.
    Lindo Texto + Lindo Vídeo + Linda Mensagem! Continuo por aqui para ver o que quiser mostrar.
    Um bjão

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  2. Em todas as vezes em que "passei por aqui", saí com algo a +, e tenho certeza que, seja aqui, ou "aqui fora", sempre poderei trocar experiências e aprendizados com você, meu caro amigo!

    Vamo que vamo, continuar a caminhar sem se preocupar onde chegar, apenas caminhar, pra frente... Mesmo que na contramão da maioria dos fatos e pessoas nessa vida!

    Sempre se lembre que, mesmo em silêncio, alguém está do lado de cá na vida real absorvendo e aprendendo algo novo ou somente reforçando outras coisas boas também.

    Seja com textos, música, ou o que for, que venha sempre +

    Um abraço e sucesso em tudo é o que deixo pra você nesse último post!
    Valeu, meu camarada...

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Sempre façam comentários ok!