Música + A Comédia do dia-a-dia! (As + Engraçadas) - 5

           Tive a sorte de conhecer as pessoas com quem toquei, todos tinham e têm um senso de humor único, ácido e exclusivo, pois muitas vezes tínhamos piadas internas no nosso grupo, algumas tão específicas que ainda hoje, só podem ser contadas em momentos "remember" da turma, pra poder valer o riso. Na primeira banda que montei (Vidas Secas) fazíamos questão de inventar piadas, e fazer paródias uns pros outros; claro isso nos rendia boas risadas e fortalecia nossa amizade ainda muito infantil e inocente. Depois quando com a banda Dick Vigarista, amigos que convivi durante 10 anos em ensaios, "passagens de som", palcos, estúdios e momentos de traslado, tínhamos um grupo maior de pessoas e culturas diferentes em constante contato humano, rico e expressivo principalmente, o que nos norteava era a música e a amizade, mas sem as graças e as gracinhas eu acho que teríamos sido reduzidos a mais um estereótipo de banda de garagem.
            Certa vez durante uma apresentação numa escola meu companheiro de banda e guitarrista (Caló) foi acometido por uma vontade fortuita de ir ao banheiro tirar a tal água do joelho, chegando ao mictório para a surpresa do nosso gaitista, amigo e também figura (Agnaldo) que se encontraram nesse mesmo "restroom", nesse momento o cantor (Adriano) segurava a guitarra esperando a volta do "bon vivant" Carlos Alberto 'Caló'. Ainda com essa mesma formação a banda se apresentou numa festa e o palco era por sobre o público, o cantor (Adriano), muito inclinado a comédia naquela noite, toda vez que ele segurava o microfone e encostava em algum de nós da banda, tomávamos choque, então foi uma noite de risos e choques, acho que a plateia não deve ter entendido nada.
            Hoje em dia eu entendo que existem algumas coisas que se atraem naturalmente, camisa branca e molho de tomate, xixi de cachorro e roda de carro, banda de rock e ideias mirabolantes, pra não dizer absurdas e porque não dizer engraçadas D+. Num desses momentos criativos e escalafobéticos, tivemos a chance de ter uma mente brilhante a nos guiar, o então "produtor", teve uma ideia que mudaria a história da banda e que provavelmente nos colocaria nas capas de alguns tabloides e jornais sensacionalistas talvez. O rapaz começou a despejar pra nos ouvintes havidos e impacientes por novidades: _"A gente" vai criar vídeos e colocar num telão ao lado do palco mostrando cenas que componham visualmente as músicas, vamos conseguir também uma máquina de "fumaça" (gelo seco) pra dar um clima especial e cinematográfico ao palco; colocaremos também um lobo Guará em cima do palco (que até aí podia ter sido um bicho domesticado e cuidado com carinho e esmero) e uma naja, (opa! ele falou NAJA?! a cobra?), foi nesse instante que o Caló perguntou só por perguntar... "Ué! Mas essa cobra não é perigosa não?". Nosso então mentor intelectual e gênio de última hora, explicou que não..., que as prezas dela seriam arrancadas e que no máximo, durante um bote a cobra poderia quebrar um braço de alguém por se tratar de um animal deveras pesado! Aaah Bom! Que alívio... Tivemos que nos conter pra não soltar uma gargalhada coletiva e não ofender nosso protetor de ideias férteis e cheias de esterco de lobo ou será de cobra? (uhm! e cobra tem esterco?!).
            Quando estamos atuando em palco, não dá muito tempo e também é claro que o foco de nossas atenções é a apresentação (som, luz, performance) e muitas vezes não nos damos conta de pequenos detalhes, alguns eu diria cruciais e importantes para deixá-los de fora. Numa dessas apresentações eis que conseguimos um baixista de última hora (Fabiano), que caiu numa "pegadinha". De repente durante uma música "Cara sua braguilha tá aberta" (vulgo: zíper da calça), só em alguns giros mais intensos de dança de salão vi alguém se virar tão rapidamente, mais uma do amigo Caló, que por falar em comédia, é um grande apreciador tendo me apresentado filmes como os do Monthy Python, Peter Sellers e outros.
            No final dos anos 90 estava em alta os tais "Pocket Shows", que nada mais eram e são, que apresentações acústicas de curta duração, (proposta essa que ainda me agrada) e ao fim de um desses, no caloroso "Bar do Lulú", o cantor se despediu do público e desceu uma pequena escada que chegava ao camarim, embaixo dessa escada o pessoal do bar guardava engradados de bebidas vazios e garrafas, havia um espaço entre a parede e a tal escada, suficiente pra passar uma pessoa; inebriado pela boa apresentação e pouca luz, nosso companheiro passa entre a escada e a parede indo parar junto aos engradados e garrafas, por sorte não se machucou muito, uma camisa rasgada, um corte superficial na altura da cintura e o ego despedaçado...
            Quando comecei a cantar e assumi o papel que cabe ao "crooner", numa dada tarde durante um evento no qual estávamos tocando, resolvi distribuir algumas camisetas de brinde com o nome da banda estampados em prateado, e chamei ao palco quem se interessasse por aquele pequeno mimo (a camiseta no caso), o palco era um tablado e assim que um rapaz subiu ao palco ele pisou no cabo que estava plugado e derrubou minha guitarra, talvez pra compensar o vexame a que ele estaria sujeito, brincadeiras a parte, nem me queixei.
Obs. Solo A+:
            Pra encerar, em Goiânia abrimos o show da banda Velhas Virgens na UFGO e pra terminar a apresentação resolvi dar um salto da bateria até a frente do palco, nem era tão alto assim, mas me desequilibrei e quase fui parar no meio do público. Lição: Salto é pro Humberto Gessinger, ou aquele cara do Van Hallen e pros Kangurus ok!
Obs. Solo +B:
            Acho que toda banda tem personagens, alguns se destacam no quesito comédia, outros no lado empresarial, uns em nadismo, outros em achismo e filosofias adjuntas, mas sem dúvida uma das figuras mais engraçadas com quem já me apresentei foi o Caló, o cara conseguia tirar graça de momentos sérios, o que dava uma leveza a caminhada na música que nos trazia tanta expectativa. Obrigado aos meus companheiros por esses anos que ainda nos rendem momentos agradáveis.


Obs. Solo A+B:
            Claro que não são só essas estórias em todos os anos tocando e apresentando em palcos diversos, mas como diz o título do
post, "As + Engraçadas". Meus companheiros de banda com certeza devem ter suas memórias pra contar, mas deixo pra eles e para o tempo se encarregarem de guardar e arquivar ou deletar esses momentos...
Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com
"Absolutum Est Casualis" 07-12-2012

2 comentários:

  1. Po sadra... Massa mesmo!!! Muito bom relembrar todos estes momentos...valeu mesmo!!

    Borçari

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  2. Imagina Isso! Cobra? Lobo? rsrsrsr... Ainda bem que a galera saiu viva disso tudo! Agora tá tudo "homi grande", papai, ... Né Janse? Né Adriano? Caló!

    Mas fica o gosto doce das lembranças que matam de ri até quem não as viveu! E no rosto de cada um de vocês fica a sensação de o quanto isso tudo foi bem demais! Ainda mais quando se juntam!

    OBS.: Meu Amor salvo da Naja... UFA! Ele ainda não pula tanto!

    Obrigada por mais esse post!
    Jéssica Simara

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