¿ O que Vale + ? - 11

           Fico me perguntando... em música moderna (porque "compositor mesmo é o cara que compõe até surdo!" I.M.) o que vale mais? Uma boa melodia? Um som bem gravado? Ou uma boa letra/texto? Atitude ou boa ideia? Pra dançar ou pra curtir? Pra pensar (música cabeça...). Pra falar a verdade num sei bem a resposta, sei que existem tantas possibilidades... e usando ainda as mesmas 7 notas (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si) e as 26 letras do alfabeto ocidental, e ainda nem tudo foi dito ou escrito e arrependido. Ainda acredito em boas novas e que nosso dia vai chegar, mesmo sem sermos a maioria, que tornaria possível uma renovação ("...é chegada a hora da reeducação de alguém, do pai, do filho, do espírito santo, amém..." C.V.). Nasci no final dos anos 70 então vi muitos dos meus ídolos partirem, e entendo hoje tanto tempo depois a importância dos textos deixados por esses quase sempre jovens, que queriam mudar o mundo (o velho mundo...), hoje em dia estão mais em cima do muro, do que se perguntando quem roubou a coragem deles, (que coragem? de jovens? Sinto falta...) talvez inconsequência e rebeldia ou atrevimento pela pouca idade.

           Prefiro não gastar o tempo tentando achar as respostas, pois tatear no escuro também tem sua graça, as vezes derrubamos coisas e erramos os caminhos que nos levam a próxima saída... Mas descobrir a fuga, a saída ou a luz; isso é algo que vale a pena. Uma nova realidade nem que seja a sua própria; é de boa ajuda pra aprender a conviver com a gente mesmo, olhar no espelho cada dia e reconhecer aquela imagem que muda com o tempo e ainda tentar melhorar, "faço a barba ou deixo crescer?". Quando penso em novas harmonias penso logo numa melodia pra acompanhar, assim como a questão em frente ao espelho, pinta logo na cabeça: "Acordes maiores ou menores?". Começar pelo simples é sempre um bom atalho pra criar algo, não que a escolha seja simples, ou que conseguir fazer funcionar as ideias e os acordes seja tarefa fácil, não existe uma receita pra fazer essa mistura, alguns dos que criaram obras belíssimas, nem se aventuraram a desvendar qualquer que fosse o instrumento, a melhor frase de uma canção nem sempre está na parte que se gosta mais ou no refrão.
           A versatilidade dos músicos sempre foi algo notório, improvisos e nuances que tornam possível uma mesma sequência de acordes ser usada em duas músicas distintas, os diversos ritmos, como soam em variados instrumentos, e por esse motivo cheguei a comprar uma bateria e colocar dentro do meu quarto, tomava metade do espaço, mas valeu o estudo, queria entender de perto (sentir na pele) a divisão rítmica e a complexidade dos "andamentos" do que eu gostava, aprendi muito, mas acabei vendendo, pois não evolui na prática.
           A modernidade e a tecnologia trouxeram várias caras novas à música e a mídia, quem dirá a nova geração de artistas que aparecem a todo instante..., falta agora ter o que dizer. O conformismo e a facilidade nos deixaram mal acostumados e céticos com as novas possibilidades, podemos querer algo melhor, os aparatos eletrônicos deveriam ser uma ferramentas para que uma ideia tome seu rumo, e não uma maneira dela existir, "...Em cada palavra eu percebo mais a inutilidade de bons conselhos..." ÂBS.
           Em 1995 estudava guitarra lá na Galeria Praça Sete em Belo Horizonte, me ocupava tentando extrair da melhor maneira a técnica do instrumento, porém no palco eu tinha uma dificuldade em reproduzir aqueles estudos, escalas e modos, mas eis que percebi que não era o quanto eu treinava e sim o foco do que eu estava fazendo. Passei a treinar os trechos de música que eu tinha maior dificuldade, e usar isso a favor do som, fazendo desses trechos exercícios que me deram a uma direção mais acertada, algumas músicas nem faziam parte do repertório da banda, ainda hoje uso como exercícios para não "enferrujar". Posso até ter esbarrado no óbvio, mas sem querer usar de aforismos... "Acho que ser natural e sincero é o que conta." F.M.

Obs. Solo A+:
           Ainda sou do tipo que acredita que o bom senso é o melhor caminho, não que seja esse o caminho mais fácil, desde o gênesis do aprendizado ao primeiro lugar das paradas de sucesso, do iniciante ao eleito melhor musico do Brasil, do quintal lá de casa ao maior mito da cidade... nenhum deles será salvo. Misturar música com paixão pode ser um bom exemplo, pois pode ser perigoso e um caminho de volta árdua e ardida, principalmente sem protetor solar. Lembrem se "o sol é pra todos e a sombra pra quem merece!"

Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com






"Absolutum Est Casualis" 18-01-2013



2 comentários:

  1. A+B Solo,
    A letra é importante pra mim, assim como o conjunto da obra. Sem letra ficaria, talvez, insuportável...
    E sem dúvida há muito a dizer, concordo com você.

    Ah! Bom senso é realmente preciso! Senhora liberdade! Contuto, conselhos eu queria aos montes, os seus!

    Cada dia mais, sinto que gostaria de ter esse blog impresso na minha mão. Memória do prazer!

    Um beijo e obrigada por alegrar essa sexta-feira cinzenta!

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  2. Mais uma vez, tenho que concordar e dizer que os post's estão muito bacanas!

    Concordo muito com isso: "Pra falar a verdade num sei bem a resposta, sei que existem tantas possibilidades... e usando ainda as mesmas 7 notas (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si) e as 26 letras do alfabeto ocidental, e ainda nem tudo foi dito ou escrito e arrependido."

    E é impressionante como as combinações com esses "poucos" elementos se torna infinita... Parece ser como cavar um buraco na areia seca, quanto mais se cava, mais se aprofunda, mas ao mesmo tempo mais areia cai em cima.

    Abraço!

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