Tenho falado por aqui muito sobre
estilos musicais diferentes, e evitei durante um tempo falar sobre os BLUES,
pois na verdade o blues veio um pouco tardio pra mim, ouvi pela primeira vez na
extinta rádio Geraes FM de Belo Horizonte em meados dos anos 90; não entendia
nada (nada de nada), mas me encantei por esse estilo. Gostaria de dizer que foi
como se eu tivesse sido reapresentado àquele estilo de música, mas na verdade
via como algo novo e vibrante, com guitarras e vozes roucas, o ritmo marcante,
expressões próprias e balanço único, coisa especial mesmo... e foi esse som
carregado de emoção que transmitia aos meus ouvidos aprendizes, uma fusão
grande de informações, que depois descobri sendo historicamente rico em
tradição, busquei aprender ouvindo da fonte desse estilo que tem tantas
ramificações, do acústico as "Big Bands", passando pelo exagero de
solos de uma nota só aos virtuoses musicas. As biografias dos músicos do blues,
são quase sempre dignas de filmes em longa-metragem, do mito regional aos
"kings" mais famosos, onde algumas dessas narrativas chegam a dar
calafrios de tanto mistério e suspense, divagações e especulações desmedidas
sobre os fatos.
Para escrever sobre o blues, preciso
fazer um breve (bem breve) relato sobre esse estilo de vida e musical. Vindo
dos cânticos religiosos e das cantorias dos escravos nas plantações dos campos
de algodão, lá pelo sul dos E.U.A, a raízes desses trabalhadores eram quase
sempre a África. Os lamentos conhecidos também como "worksongs"
tiveram grande força no início do século XIX. Devido a essa origem
afro-americana, levaram décadas pra serem disseminadas culturalmente, as
barreiras étnicas e físicas, tornaram longa a jornada do som, mas através da difusão
dos estilos populares, e da particularidade rítmica, o blues pegou carona e
chegou com força a todas as classes e raças, deixando claro que obstáculos de
ignorância não param a música. Atrasam..., mas não impedem!
Pela semelhança e por serem estilos
parentes (sendo o Blues pai), a formação das bandas de blues elétrico e rock,
permitem aos músicos modernos, transitarem entre ambos, formando assim um
emaranhado de teias das mais diversas nuances, escalas, e timbres que passeiam
entre o antigo e o moderno.
Comecei ouvindo o blues contemporâneo
e elétrico, influenciado por meus amigos de banda, artistas como Robert
Johnson, Jonh Lee Hooker, Muddy Waters, Howlin' Wolf, B.B. King e um pouco
depois vindo de uma mistura de artitas brasileiros, Celso Blues Boy, Blues
Etílicos, A Elétrika Tribo. Assim como o rock, o blues já anda pelo Brasil a
tanto tempo que posso dizer que existe o blues-brasileiro cantado em português;
e defendendo essa bandeira quase revolucionária de fundir o tupiniquim com o
tradicional alguns se destacam. Passei a ouvir principalmente o blues das
guitarras de Jonny Winter, Stevie Ray Vaughan, Eric Clapton, Nuno Mindelis,
Duke Robillard, Gary Moore, e a ficar mais atento aos guitarristas que tocam no
modelo stratocaster, o que praticamente me levou a comprar minha 1ª strato em
2000, o som tradicional e a funcionalidade, características ligadas ao blues,
onde com apenas três acordes e escalas de cinco notas (pentatônicas) tem se
músicas recheadas de melodias, que variam de acordo com a origem de quem toca,
as letras/textos quase sempre entre "uma alegria triste ou uma tristeza
alegre" e que são de uma riqueza musical incrível.
O blues me trouxe uma curiosidade
extrema, sobre a cultura americana e os sons que envolviam esse estilo e tantos
outros que derivam da raiz do blues, o jazz, o country, o rockabilly, o
soulmusic, o próprio rock and roll. Tudo que surgiu à partir da construção
sonora e que proporcionou a evolução através de fusões rítmicas de estilos
diversos. Em 2002 montei o trio que tenho tocado blues, a banda EscaliBlues
(www.escaliblues.com.br), agora a mais de 10 anos, movido por essa paixão
cautelosa, e com a consciência de quem quer guardar e resgatar esse
legado/acervo quase sempre confundido com o rock tradicional.
Outro instrumento muito presente no
blues, a harmônica (popularmente chamada de gaita) tem papel importantíssimo na
sonoridade e característica "bluseira", os primeiros
"gaitistas" que ouvi são também os mais conhecidos, Junior Wells,
Little Walter, James Cotton, Charlie Musselwhite, e os brasileiros Flávio Guimarães,
Sérgio Duarte e Alemão Velliaria, devo estar deixando alguém de fora, mas esses
são somente alguns que ouvi muito e ainda ouço.
"The blues is alright!"
Obs. Solo A+:
O estilo é simples, são poucos os acordes e várias as intenções, que trouxeram músicas belíssimas e expressivas, também trouxeram ao conhecimento artistas que formam "escola" e que tem deixado sua marca por onde passam, levando ao êxtase o público que segue cativo e fiel. "O blues é Fácil de tocar, mas difícil de sentir" JH.
Obs. Solo +B:
O blues também teve sua vez nas telas com a dupla Jake e Elwood em "The Blues Brothers" com o filme homônimo, que conta inclusive com uma continuação, recheados de personalidades do estilo. Albert Collins na participação do filme "Uma Noite de Aventuras", Jeff Healey em "Matador de Aluguel", e até Steve Vai que também andou pelo caminho do blues com o filme "A Encruzilhada". O mais recente pra mim é o filme "Cadillac Records", que conta de forma romantizada a saga de alguns dos grandes nomes, Willie Dixon, Little Walter, Muddy Water, Howlin' Wolf, Etta James, Leonard Chess, Chuck Berry e outros.
"The blues is alright!"
Obs. Solo A+:
O estilo é simples, são poucos os acordes e várias as intenções, que trouxeram músicas belíssimas e expressivas, também trouxeram ao conhecimento artistas que formam "escola" e que tem deixado sua marca por onde passam, levando ao êxtase o público que segue cativo e fiel. "O blues é Fácil de tocar, mas difícil de sentir" JH.
Obs. Solo +B:
O blues também teve sua vez nas telas com a dupla Jake e Elwood em "The Blues Brothers" com o filme homônimo, que conta inclusive com uma continuação, recheados de personalidades do estilo. Albert Collins na participação do filme "Uma Noite de Aventuras", Jeff Healey em "Matador de Aluguel", e até Steve Vai que também andou pelo caminho do blues com o filme "A Encruzilhada". O mais recente pra mim é o filme "Cadillac Records", que conta de forma romantizada a saga de alguns dos grandes nomes, Willie Dixon, Little Walter, Muddy Water, Howlin' Wolf, Etta James, Leonard Chess, Chuck Berry e outros.
Ah o Blues... Se não viesse a tona eu ia pedir para falar um pouco sobre... Excelente o passeio que fiz! As guitarras eu acho que conheço! rsrs...
ResponderExcluir"4 coisas importantes que podem salvar o mundo. Blues, café, som de guitarra, o... Ahh, acrescenta ai o que você acha que ta faltando".
Fernanda Magalhães
Obrigada por mais essa sexta-feira!
Grande post Ângelo, estão cada vez melhores. Sugiro um tema que têm um potencial gigante, NEW ORLEANS e toda sua musicalidade. No mais, meus parabéns meu grande amigo, sucesso e paz!
ResponderExcluirEric Adams (vulgo Atreio hahaha).
Sadra, seu velho bluesman!
ResponderExcluirRecomendo um livro chamado "Da lama a fama" do Roberto Muggiati, para os apreciadores e curiosos sobre a origem do blues e principais difusores do estilo na história da música americana. Possui passagens de arrepiar com referências muito fiéis...
Emerson "Son House" Galvão
Lembro de você falar comigo "você tem que ter uma stratocaster", pois é, hoje acho "A Guitarra". A+Braço!
ExcluirMassa Angelo!!! Tô gostando muito de suas pesquisas feitas durante toda sua vida e transformadas em memórias. Não sei se as pessoas te conhecem o suficiente pra saber que tudo que você está escrevendo fez realmente parte de sua vida. Até o próximo.
ResponderExcluirAbraço, Carlos Alberto Caló.