Música Digital + A Criatividade Eletrônica - 46


       Já escrevi por aqui sobre algumas das questões analógicas/digitais, dessa vez não falarei de música estritamente digital ou analógica, mas da criatividade do uso das ferramentas de criação, claro que alguns estilos modernos, dançados e cantados por aí, são uma junção de apertar botões e camadas de sons sobre sons, fazendo desse um caminho para existência desse novo; porém em muitos casos não é vazio o quesito inovação, pois trazem pra dentro da canção a novidade, máquinas e ferramentas que recriam oportunidades sonoras para a existência de sons até então impossíveis de alcançar com equipamentos mais antigos. Seja no processo de criação e construção de um novo trabalho, técnicas baseadas em conhecimento, seja dos métodos utilizados para facilitar e dar soluções práticas e rápidas.

         Novas tecnologias criam novos hábitos e na música não haveria de ser diferente, contemplados com a era que se torna mais (+) digital a cada dia, os músicos tem usado e abusado para fundir frequências que só eram possíveis virtualmente ou em laboratórios e salas acusticamente tratadas. Sintetizadores, gravadores digitais, softwares e computadores tudo isso envolvido na criação de canções, o que pode se chamar de música eletrônica, que por incrível que pareça, não seguem uma estética ou moda, mas que são fruto de todas essas vivências populares de comportamento e tradição incorporados à tecnologia, essa sim, quanto mais atual melhor, importante lembrar que a tradição a que me refiro é o conjunto de práticas que tudo tem haver com elementos transmitidos culturalmente.
         Os temas utilizados nas letras/textos das composições variam dentro do que é urbano, tecnológico e por vezes são poesias que dizem muito mais do que o trivial. Não longe daqui, há algumas décadas atrás, a new age já se utilizava dessa matéria prima pra criar sucessos tocados até hoje, força das mensagens por trás de tão poucos sons orgânicos. Essa fusão foi e ainda é, a tentativa de se criar novos estilos, somados a instrumentos eletrônicos e originalidade, inventam assim um novo mundo, gosto e identificação é outra conversa.

Obs. Solo A+:
         Com toda essa parafernália e seus botões, o conceito de Hi-Fi se perde..., o som captado é alterado, distorcido e manipulado ao extremo, na intenção de se alcançar frequências não "naturais", tudo é transformado em informações binárias (novamente os tais 0000 e 1111, zeros e uns). Fotos digitais, sons digitais... daí sempre me ocorre pensar: Onde estão as digitais? O modo individual de cada um de fazer e criar. Manipulados, distorcidos, alterados e pouco captados. O caminho talvez seja o low-fi, tentativa de usar a vertente do "faça você mesmo", agregada a vontade de continuar fazendo e recriando, sem diminuir ou anular a criatividade humana.

Obs. Solo +B:
         Citar alguns dos muitos nomes que me ocorrem ao pensar nesse tema é arriscado, corro o risco de deixar alguém importante de fora, mas historicamente posso dizer alguns bons representantes chavões como Kraftwerk pela criação de sonoridades inexistentes até o seu aparecimento, New Order pelo pioneirismoZique Zique Sputnik pela fusão rítmica proposta, Jamiroquai pelo resgate, rebuscando timbres a muito esquecidos.

A+BraçoS

Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com

"Absolutum Est Casualis" 20-09-2013


Um comentário:

  1. E pensar que as "músicas eletrônicas" tem uma vertente erudita!
    Não é da minha época, mas quem não é capaz de se lembrar da abertura de Doctor Who??? Fica a dica.
    E o mellotron em "Strawberry Fields Forever?
    Gostar...

    Obrigada por me fazer pesquisar sempre!
    Jez

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