Analógico + Digital - 20

           Já falei por aqui sobre equipamentos de áudio ANALÓGICOS e DIGITAIS que caíram em desuso, porém a necessidade de unir/somar (+) esse dois mundos é grande, devido ao avanço tecnológico alguns materiais ficaram mais baratos e de fácil acesso, a internet que veio pra agilizar o encontro e aproximar compradores e vendedores. Inicialmente os equipamentos digitais eram usados muito mais pela praticidade que pela sonoridade, até os bateristas passaram por esse período de adaptação e transformação, os timbres estão cada vez melhores ajudando a melhorar a qualidade do som e dar um maior conforto pra quem utiliza música como passatempo e ganha pão, a diversidade e facilidade em achar o básico é imensa, só sendo problema quando procuramos algo específico, instrumento ou marca, parts (peças de guitarra, baixo), raridades. Tudo pode ser mixado, e isso deveria tornar a música mais atrativa, interessante e criativa, o que nem sempre acontece.
 
           Quem assim como eu já ouviu fitas cassete, vinis, fitas de VHS, mídias analógicas; consegue prestar atenção na música e na produção de forma diferente aos acostumados somente ao áudio digital, falta o olhar da magia em torno da criação dos "takes" da gravação. Pensar que alguém fez aquele som gravando em um "rolo" de fita magnética, emendando muitas vezes e aproveitando canais da bateria ou de uma guitarra para fazer colagens e "overdubs", e "pilotando" a mesa de mixagem literalmente, num é fácil não, já vi isso de perto em algumas oportunidades. A era digital nos fez sem digitais, trouxe um som cada vez mais impessoal, sem marcas, sem cortes, com poucas inspirações e de pouca analogia. Quase tudo é possível musicalmente falando, simuladores, mini amplificadores, micro amplificadores, amplificadores virtuais (até em celulares?!), pedais de efeitos para guitarra virtuais e de touch, substituindo válvulas e transistores, fios e cabos. Se houve uma época em que os "puristas" lutavam contra a tecnologia que trocava válvulas por transistores, sinto muito em dizer amigos, mas a tendência da estação é de pancadas de chuvas ácidas e digitais, seguido de som frio e volumes cada vez mais altos; muitos  zeros e uns (0000011111), sendo essa a forma que os dados são transformados de analógico para digital. Mas acredito que ainda existam alguns elementos indispensáveis como guitarra, músicos e música.
           Mesmo que a evolução insista em bater a nossa porta diariamente, quem quiser ouvir o som de verdade de algum instrumento, pode usar um simulador/sintetizador, por samples (partes de áudio pré-gravadas), ou no melhor dos casos buscar os CDs com esses sons antigos e estudar essas referências, claro que o ideal seria conseguir uma boa vitrola e discos sem riscos, empoeirados ou não, ou talvez a gente possa procurar por músicos de fácil acesso e disposição que possamos aprender direto da fonte. Complicou né... 
           Embora o tempo siga sua marcha contínua, recriações digitais de velhos equipamentos analógicos, sendo físicos ou virtuais, nos dão pelo menos uma pequena noção, ainda que na tentativa somente visual e saudosista de relembrar a atmosfera de uma época. Mesmo as imitações/recriações viram peças de colecionador, pois os equipamentos propriamente ditos são na maioria das vezes de difícil acesso, e tem seu alcance limitado ao bolso e a linha do tempo do consumidor/colecionador/amante.
           Num curto espaço de anos, vi muitos equipamentos se tornarem obsoletos, disquetes, filmes fotográficos de rolo, fitas K-7 (cassete), fitas de VHS, porém muitos equipamentos ainda resistem ao tempo e a evolução, as guitarras ainda são feitas de madeira, cordas de metal, músicas feitas por músicos, arte feita de sonhos, que fazem a trilha sonora dos nossos dias por aqui.

Obs. Solo A+:
           A evolução dos equipamentos usados em música muitas vezes deve-se a comodidade, devido ao avanço da tecnologia dos circuitos eletrônicos, muita parafernália ficou pequena, a praticidade levou ao som elementos que só eram possíveis com muitos fios e quilos de aparatos, a qualidade sonora oferecida pelas novas ferramentas é mais clara e límpida, sem ruídos.

Obs. Solo +B:
           Nada como encontrar uma fita velha, encostada, esperando a hora de ser ouvida novamente e despertar memórias através inclusive de defeitos de uma gravação há muito esquecida, trazer a tona velhas canções que não são mais propagadas, diversão garantida!! Ao meu amigo Adriano Borçari meu merecido obrigado...

 
Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com

"Absolutum Est Casualis" 22-03-2013

2 comentários:

  1. Mais um post delicioso! Mais uma bela sexta.
    Complicou nadinha!
    Em processo de convergência digital fica difícil distinguir entre original e cópia, isso perde um pouco o sentido nos obrigando a recolocar essa questão... Dualidade entre verdadeiro/falso no sentido clássico de simulação como farsa...

    Adorei o tema, muita coisa podemos pensar disso.
    Ah e fitas velhas são boas de encontrar sem dúvida! Ainda mais se for da Dick.

    Bjo meu.

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  2. Que coincidência o tema deste post.

    Estive na casa do meu pai na semana passada e encontrei alguns albuns que um primo um pouco mais velho que eu havia me dado a algum tempo, encontrei algumas raridades, como: Beatles, Stones Supertramp e o disco Burguesia do Cazuza todos vinis fiquei com muita vontade de ouvir cada um deles, então procurei uma antiga pick up Polivox, para satisfazer a minha vontade, mas infelizmente a vitrola não tinha mais agulha e trepidava muito a base onde ficava o disco.
    Queria ouvir a mídia para qual os artistas pensaram tal album, seria além de prazeroso uma bela pesquisa, e uma volta à verdadeira forma de se fazer música.

    Abraço a todos,
    Igor

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