Tenho estado ocupado com a gravação do CD "A+B Solo" e por
vezes me deparei com a linha do tempo que as canções nas quais estou
trabalhando percorreram. A maioria das músicas foram feitas a no mínimo 15 anos
atrás, o que não impediu que os discursos ainda sejam convincentes, porém
percebo que seria impossível gravar o que estou fazendo agora, lá em meados dos
anos 90, pois nem era tempo de colher, nem de semear. É preciso entender que há
a hora certa e que muitas vezes, deixar passar o momento do impulso pode ser de
maior proveito ("O que vale a pena possuir, vale a pena esperar"),
provavelmente na época que fiz as canções era tempo de preparar o solo (A+B Solo?!), e assim como um agricultor, é necessário saber o tempo de plantar, de
esperar, colher; e alterar essa ordem pode ser fatal a colheita.
Nem entendo de plantação, nem de
agricultura, mas reconheço nessa lida conhecimentos quase filosóficos sobre o
tempo, e sobre a natureza, escolher boas sementes, acreditar, perseverar,
colher os frutos, tudo isso fica muito bonito no texto, fica melhor ainda
quando consigo passar isso pro meu dia-a-dia, procuro ser coerente. Se não
posso passar o sinal vermelho às 6 da tarde, às 6 da manhã também não ok!
Enquanto preparo as listas do que
vou gravar (anoto tudo em arquivos *.txt, inclusive esse texto), fico tentando adivinhar
qual será a reação das pessoas ao ouvir determinadas músicas, porém quando já
estão gravadas e prontas perco essa curiosidade, e acabo ficando preparado para
as reações também. "Não se pode criar experiência. É preciso passar por
ela." A.C. Durante os anos enquanto guardava algumas das canções que vão
se materializando, passei por diversas fases na minha vida, entre viagens,
amigos e paixões... mas nem sempre o mais importante é chegar ao melhor lugar,
é não estagnar, e isso posso dizer que me livrei, nunca fui de ficar esperando,
claro que algumas situações requerem cautela, dar tempo ao tempo, ficar quieto
e começar tudo de novo. Passei fases de muita seca, provavelmente a fonte que
eu estava buscando já havia se esgotado.
Digamos que a experiência tem sido
polinizadora das ideias de muitos que convivem e são contemporâneos, o tempo
então seria o solo, imaginemos os antigos criadores de arte pelo mundo afora,
muitos diriam que tiravam água de pedra, acho que a coisa era um pouco diferente
como sabemos, viagens inspiram, o canto de pássaros ou o silêncio, tudo tem sua
"graça" aos olhos e ouvidos atentos e intencionados.
"Quem planta vento, colhe
tempestade", quantas vezes esperamos que a chuva caia e nos traga um
alívio ao calor, e venha regar as plantações e jardins, e outras vezes vem com
força tamanha, arrastando tudo pelo caminho. Em tempos de artistas sem adubo,
ideias hidropônicas são produzidas, consumidas e distribuídas a todas as
mídias, a cultura não só é necessária para se ter um entendimento maior do que
somos (sociedade), mas também para subsistirmos (humanos), entendendo que todos
precisam se alimentar corpo e alma. Plantamos para conseguir alimentos, fibras,
energia e até mesmo por prazer estético. Aos que nada plantam, NADA colhem, a
não ser que se queira roubar no quintal do vizinho.
Obs. Solo A+:
Sementes estão por aí, é preciso dar
chance a elas para que se tornem brotos e árvores e que se desenvolvam e gerem
frutos, "Se você plantar um pessegueiro terá pêssegos, você pode querer
uma maçã ou uma laranja, mas mesmo assim terá pêssegos." M.O.
Obs. Solo +B:
Fato1: O processo de criação então é
praticamente como arar a terra, preparando o terreno para o que virá.
Fato2: HUMILDADE: Essa palavra vem
de "humus", aquilo que se acha na terra, pó.
Obs. Solo A+B:
Pessoal, o Blogger não me repassa alguns dos comentários, em especial os que são feitos de celular e tablets, por isso por favor ao fazerem um comentário, coloquem como anônimo, e coloquem o nome dentro do comentário, ou mandem para o E-MAIL. Obrigado.
Obs. Solo A+B:
Pessoal, o Blogger não me repassa alguns dos comentários, em especial os que são feitos de celular e tablets, por isso por favor ao fazerem um comentário, coloquem como anônimo, e coloquem o nome dentro do comentário, ou mandem para o E-MAIL. Obrigado.
"Se quiser
derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o
machado"
Imagino que existem fases na vida em que as experiências se acumulam com tanta velocidade e intesidade que é impossível conseguir tempo e paz para escrever sobre elas...
ResponderExcluirContudo, você tá conseguindo fazer isso não é mesmo?! Escrever e realizar algo com elas... Se temos que esperar, que seja para colher boas sementes, acreditar no bom gosto, unir os amigos e produzir sorrisos.
Texto reflexivo para essa sexta chuvosa!
Bjo
É preciso saber esperar, isso é verdade!
ResponderExcluirNo tempo certo vem a colheita, e você já colheu muito dessa história de tantos anos.
Abraço do seu amigo!
Wanderson Rodrigues