A Ponte + O Elo + Música - 27


           Quando iniciei minhas primeiras aulas de violão, frequentava meios onde se falava de música como sendo assunto do dia, um lançamento de disco era coisa importante naqueles tempos, ouvia falar sobre alguns estilos e artistas dos quais tinha curiosidade em pelo menos ouvir, fiz algumas tentativas pra chegar a esses sons, cheguei a ter gravados em fitas K-7, discos de jazz de vertentes variados, ou ainda coletâneas de rockabilly, ou discos de bandas estrangeiras e estranhas. Algumas dessas experiências sonoras do passado que se repetiriam novamente alguns anos mais tarde, a redescoberta desses sons vinha de um caminho natural para um aprendiz/diletante de música.

           Através de misturas de estilos descobri o que era preciso para entender o que ouvia... um elo, uma ponte, alguma ligação para me conectar a sons já conhecidos, nesse caso o aprendizado por associação foi o caminho que encontrei para passar a ouvir "discos" que no passado pouco entendia e mal conseguia me ater. Entendo que não conseguimos partir do nada para chegar ao conhecimento, claro estou falando das unanimidades e não das exceções, existem casos de mentes brilhantes com certeza, mas na maioria dos casos o aprendizado vem com a experimentação. De "tabela" aprendi a ouvir coisas brasileiras e dar valor aos sons da nossa terra, mas foi pela pesquisa que realmente encontrei muito dos sons que pretendia aprender a reconhecer.
           Quantos hoje em dia conseguem ouvir álbuns inteiros de qualquer banda ou estilo que seja, pode ser por curiosidade, as mídias atuais nos deixaram acomodados, e pra falar a triste verdade antes fosse somente culpa das mídias ou da média mídia que transforma o simplório em super e o simples em simplório. Falta paciência pra ouvir; mesmo os "clássicos" da música são facilmente editados e recriados para atender uma "nova" versão com cortes, quase censura, como se fosse proibido ter músicas longas ou com partes instrumentais, o produto dessa industria   que explora a arte são músicas estéreis, incapazes de produzir frutos.
            Não sei em que época aconteceu, mas a música que deveria ser trilha sonora passou a ser ou foi rebaixada a música de fundo. Em muitos locais públicos não se consegue nem determinar que som está tocando, barulho de fundo! Nessas horas fico sem chão, minha ponte balança, perco a ligação e me separo do prazer que a música deveria proporcionar.
           
Obs. Solo A+:
           Muitos dos novos sons que passei a ouvir graças as antigas ligações sonoras, vieram de discografias que não se esbarram na minha discoteca e/ou Mp3teca?! Por isso vinham de diversas fontes, boas referências..., amigos, programas de rádio e tv dedicados a música de verdade, matérias que lia de revistas especializadas, uma entrevista com palavras que diziam "o algo mais (+)" sobre música. Somou + + + com certeza...

Obs. Solo +B:
           Alguns dos artistas que interligaram histórias e músicas: Brian Setzer que usa elementos do rockabilly+jazz+surf music, John Pizzarelli gravou um cd com músicas dos Beatles, Stevie Ray Vaughan que misturava o fraseado do blues tradicional com o rock inspirado por Jimi Hendrix, que transformou músicas do folk e chavões do blues em hinos de rock, onde dentre os seus discos preferidos estavam os de Bob Dylan e Freddy King. O mesmo Stevie Ray Vaughan (SRV) que tocou com Tommy Shannon que foi baixista de Jonny Winter que tocou inclusive no festival de Woodstock em 1969 e no mesmo festival Joe Cocker apresentou sua versão para o música "With A Little Help From My Friends" dos Beatles. Os britânicos do Queen que fizeram por algumas vezes versões de Little Richard, cantando a famosa versão de Elvis Presley para Tutti-Frutti, são apenas exemplos da falta de barreiras. "Você talvez diga que eu sou um sonhador... mas eu não sou o único" J.L.

Obs. Solo A+B:
            Receio não corresponder as expectativas e mudar as coisas como elas são, poder mostrar a música como a vejo?! Escuto, ouço, respiro, vivencio. Encontro música em tudo, até em pequenos gestos, pequenos fragmentos de sentimentos transformados em notas musicais. Tem até um exercício que fiz algumas vezes que consiste em escrever numa folha de papel alguns sentimentos (medo, raiva, ódio, alegria, felicidade, etc...), e tentar passar para o instrumento através de notas ou ruídos, esses estados. Coisa difícil de alcançar hoje em dia onde quase tudo é barulho...

Parabéns pra mim e pro Luiz de Bessa!!!

A+Braços

Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com

"Absolutum Est Casualis" 10-05-2013


4 comentários:

  1. Bacana este texto em! interessante as entranhas do pscico da pessoa música.

    ResponderExcluir
  2. Bom meu amigo, primeiramente parabens por mais uma primavera; e que sua vida seja sempre repleta de grandes descobretas e eternas pontes! Sempre aprendo tambem aqui no seu blogger. Acho eu que, quem ama a musica na sua mais pura exência, deveria sempre passar por aqui, para não se perder e manter a linha no que há de bom. Parabens a você.

    ResponderExcluir
  3. Bom meu amigo, primeiramente parabéns por mais uma primavera; e que sua vida seja sempre repleta de grandes descobertas e eternas pontes! Sempre aprendo tambem aqui no seu blogger. Acho eu que, quem ama a música na sua mais pura essência, deveria sempre passar por aqui, para não se perder e manter a linha no que há de bom. Parabens a você. æ AendeR æ

    ResponderExcluir
  4. Parabéns duas vezes! Tá lindo o texto!!!
    Adorei o exercícios para exprimir as emoções rsrs. Gostei do seu papo e do seu perfume!
    Que não cessem os ELOS mais belos que encontrarmos! Cada pessoa tem seu ídolo, seu admirado, a empatia,... em cima disso nasce algo novo sempre. Cabe a capacidade de abstrair! Filosofar, testar... experimentar.
    Esse blog é uma sequência de alegrias!
    bjo

    ResponderExcluir

Sempre façam comentários ok!