Por vezes
nos deparamos com as forçadas "igualdades desiguais"?! O
desequilíbrio que passa despercebido, o lado feminino na música não é mesmo
igual..., melhor ou pior, é único! Em meados dos anos 90 lembro de ver bandas
completamente femininas como as L7, ou as que tinham mulheres como força
criativa e intuitiva, como na banda Pato Fu com a Fernanda Takai, ou a
inesquecível Cássia Eller. Nos anos 70 tinha uma moça talentosíssima, a cantora
e baterista Karen Carpenter (Carpenters) e aqui no Brasil a cantora e
musicista, Rita Lee dos Mutantes. Banda essa que foi responsável por muitas das
evoluções na cultura musical da MPB.
Devo
admitir que as cantoras populares nunca me chamaram muita atenção, sempre
estive mais atento as vozes eruditas e/ou "exóticas", porém as
primeiras vozes femininas da quais me lembro, são também alguns dos nomes mais
conhecidos da música brasileira, entre elas Clara Nunes, Maria Bethânia, Gal
Costa, Elis Regina, Wanderléa, Celly Campello e outras cantoras da "Jovem
Guarda". Em alguns dos grupos de rock dos anos 80, podia se ver a presença
de garotas como a jovem Paula Toller, Alice Pink Pank, ou as meninas da Blitz.
Ainda que as participações fossem visuais, era também um diferencial no som
desses grupos que iniciavam ali, a nova trajetória da história musical do país.
Em alguns
estilos musicais as vozes femininas se tornaram indispensáveis e muitas vezes indissociáveis,
como nas bandas do axé music ou as cantoras do metal sinfônico, mas ainda
somente como vocalistas, pois vê-las e ouvi-las executando instrumentos a não
ser os eruditos, (violino, flauta, cello, harpa...) que é o caso bem mais comum.
Porém são poucas a oportunidades de vê-las tocando contrabaixo ou bateria, me
parece que existe um relutante tabu em relação à musicalidade das moças, e
espero que com o tempo isso se torne nulo.
Não fossem
infinitas as nuances possíveis dentro da música, ainda existe a possibilidade de
acrescentar uma gama enorme onde existe a atuação feminina. Não poderia deixar
de falar de expoentes culturais e de época como no caso da compositora e pianista
e maestrina: Chiquinha Gonzaga, que ultrapassou diversas barreiras sociais contemporâneas
por amor a música.
Nesse
universo musical tão amplo, não poderia dizer que a música tem sexo... tão pouco
quero ignorar os fatores sócio-culturais, mas a falta da percepção dos gêneros
e suas limitações físicas, tem causado desorientação. A distinção aqui é somente
biológica.
Obs. Solo A+:
Estive em São Paulo com meu amigo
Adriano em 2010, onde assistimos algumas bandas bem legais da terra da garoa,
uma dessas bandas quando anunciada não me chamou a atenção em especial, a banda
Maquiladora (espécie de moinho), mas uma vez iniciado o som da banda das
garotas, que tocavam rock, fiquei surpreso e feliz em saber que existe tal
banda, prova que mudanças acontecem e estão por vir. Ótimo.
Obs. Solo +B:
Contraltos,
Mezzos ou Sopranos, a voz feminina pode ser uma ferramenta musical infalível no
manejo com as palavras, claro que quando generalizo, estou falando das unanimidades
e não das exceções...
"Exceções não são sempre a confirmação da regra antiga;
elas podem também ser o precursor de uma nova regra." M. v E-E.
A+Braços
Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com
Mulheres,
ResponderExcluirLá em casa tenho uma que parece que ama a música, primeiro me falou que queria ser vocalista mas nos últimos tempos esta assumindo um par de baquetas pra alegria do pai; tomara que esta idéia vá adiante, pois bons exemplos e boa música é o que de melhor podemos oferecer a esta meninada da nova geração.
Abraço,
Igor
E aí meu amigo, confesso que também curto mais o tradicional por assim dizer mas fiquei curiozo pra escutar o som da Banda Maquiladora procurei aki realmente o som é bom.Mudanças podem vir sim e quando e de onde a gente menos espera certo?! Abraço e aquardo o próximo post.Até sexta. Ou não. Fique com Deus. Saudade dos nossos papos. "ANGELO O AENDER TÁ TE INCOMODANDO AÍ?" Lembrou né.
ResponderExcluirAh as vozes femininas e as performances!
ResponderExcluirDa música brasileira marcada pela resistência da mulher contra os preconceitos, da liberdade de cantar e tocar contra a opressão social imposta.
Valeu Amor pela homenagem!