Tanta gente boa por aí e nós por aqui, fazendo e acontecendo, nada de "mainstream", sem seguir as correntes principais de moda e estilo, habilidade de criar e transformar a mesmice em novidade, quase uma questão de resistência cultural. Nos anos 80 algumas das bandas rotuladas como pós-punk eram, na verdade, o underground (submundo) de suas origens; o clima soturno perdeu força e saiu em busca de luz e reconhecimento. Num primeiro momento, aos olhos e/ou ouvidos do grande público, pouco importa qual a trajetória/história por trás de um novo rosto que fala porque quer, e se expõe por vontade própria; mas deixa marcas nos mais próximos, amigos, ouvintes, apaixonados pela novidade e arte.
Os equipamentos também passam por esse purgatório entre o desconhecido e o aprovado, buscando identidade sonora experimentar é preciso. Nesse campo tecnológico muitas das consideradas "engenhocas" se tornam criadoras de estilos, moldam e descobrem novas habilidades, extraindo da pedra a escultura; e quando a estátua passa a ser cultuada, o underground se transforma em mainstream e um novo underground surge, o ídolo saiu da pedra.
Alguns dos estilos musicais mais tradicionais também tem seus anônimos, conhecer esses nomes é coisa apenas para os iniciados. Um seleto grupo de pessoas que já fizeram e aconteceram pela música/arte, tornaram se perfeitos em suas buscas pelos feitos , e são reconhecidos fora do seu tempo, eclipsados por seguidores e fanáticos vorazes.
Música alternativa, seja pela nova escolha ou pela tentativa de revezamento, a busca em se tornar foco, de crescer, aprender, evoluir e desfrutar desse caminho quase inevitável, é o que torna ainda mais instigante e incontrolável a ousadia rumo ao desconhecido, o futuro...
Não posso deixar de falar em blues, pois existe um sem número de artistas colecionáveis que deixaram um legado, seja em forma de canções e registros fonográficos, ou nos trechos históricos agora dedicados as suas façanhas, encontros e desencontros. Alguns talentos naturais se converteram em figuras fáceis e acessíveis, pra ganhar a vida através da aptidão/dom, muitos tornaram-se parte de um mercado frio, controlador e consumista, empresas em pele de músicos e artistas. Money talking...
Gente que depois da fama nunca mais se preocupou em falar de política, sociedade ou luta por qualquer que seja o direito, a exemplo disso estão por aí os tais "cadáveres insepultos" da MPB, pouco usam da velha verve incisiva, ferina e mordaz, contra o tsunami anti-cultural que varre o país de geração em geração.
Obs. Solo A+:
Underground é onde nasce quase tudo que se torna popular, pequenos feitos e grandes esforços, sem os louros e atenção da mídia, o laboratório onde "loucos" pesquisam, dando novas formas, reinventando fórmulas e bebendo de poções rejuvenescedoras, deixando uma herança/legado aos mais atentos.
A+BraçoS
Comentários também para o e-mail: absoloduo@gmail.com
"Absolutum Est Casualis" 16-08-2013
Texto incrível! O seu coração tem batidas sonoras em notas musicais e o bom gosto a seu favor!!! Criativamente infinito.
ResponderExcluirMainstream e underground... Cada uma deles implica modos diferenciados de conferir valor a música. Reflexões que contribuem para o desenvolvimento e ideologias para o sentido final.
bjo